>>>A Incrível Decadência Humana<<<



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terça-feira, agosto 26, 2008

“Aí, de repente, começou a acontecer um negócio um bocado fantasmagórico. Cada vez que eu chegava ao fim de um quarteirão e descia o meio-fio, tinha a sensação de que nunca chegaria ao outro lado da rua. Pensava que ia caindo, caindo, caindo, e nunca mais ninguém ia me ver. Puxa, fiquei apavorado pra burro. Ninguém imagina o medão que me deu. Comecei a suar como um filho da mãe, molhei toda a camisa, a roupa de baixo, tudo. Aí comecei a fazer outro troço: cada vez que chegava ao fim do quarteirão, fazia de conta que estava falando com meu irmão Allie. Dizia pra ele ‘Allie, não me deixa desaparecer. Allie, não me deixa desaparecer. Por favor, Allie’. Aí então, quando chegava do outro lado da rua sem desaparecer, eu agradecia a ele”.

O Apanhador no Campo de Centeio - J.D Salinger

escrevi às 18:06

Quantas vezes mais passarei perto da sua casa fazendo versos silenciosos como preces, esperando que nunca saiba que estive aqui ...

Eu gostaria que suas palavras pudessem trazer algo de bom para mim, mas só evidenciam o quão já estamos distantes, talvez seja por isso que toda vez que vejo seu rosto refletido em qualquer poça meu estômago revire ( me forçando a andar sem direção por toda a cidade).

Espero mesmo entender o porquê de que sempre que volto para casa, você vai desaparecendo tão lentamente até se apagar, parece ser tão fácil (tão fácil) para você ir embora me deixando sozinho nesse sofá vazio.

escrevi às 16:42

segunda-feira, agosto 25, 2008

"Neste dia tão frio como o oceano que nos cruzamos
em nosso caminho de volta a realidade.
Um lugar que eu odeio,
mas um lugar que deixamos para
tornarmos amigo das garrafas
e amigos da tristeza.
Quando eu vi você dançar,
fumando e soltando a fumaça no ar,
me tornei um fantasma envolto a ela...
Quem é você?
Não podemos respirar juntos para sempre.
Você me ensinou que eu deveria gastar
apenas estes dias da minha vida gritando

Quem é você?
Porque eu não posso ser eu mesmo,
porque eu não posso te ver outra vez..."

Penfold - Kissing The Nightmare

escrevi às 12:08

É inútil tentar esquecer, os fantasmas sempre voltam aos cantos dessa casa e eu ainda sou mesmo garoto debaixo da escada esperando que sua última palavra não fosse "adeus".


dói pois você ainda parece saber quando eu penso em você

escrevi às 11:54

quinta-feira, agosto 14, 2008

"Meu deus! Um momento de felicidade! Sim! Não será isso o bastante para preencher uma vida?"

Fiódor Dostoiévski - Noites Brancas

escrevi às 21:40

daqui de cima ainda posso ouvir:
lá fora os carros passam
como ondas batendo nos rochedos

almadiçoo esse quarto
onde as sombras vagueiam pelas paredes
e janelas tão grandes estão abertas para lugar nenhum

por que me conduziu até aqui
e me tirou o sono quando tudo estava acabado?
quantas vezes mais você vai se despir e deitar ao meu lado?

quando quiser minha vida
venha
tome

pois eu só estou pedindo mais dois minutos
dois minutos
e nada mais

(afinal, não é isso que basta?)

escrevi às 21:18

quarta-feira, agosto 13, 2008

"O homem que leva a garrafa sagrada aos lábios, o criminoso que se ajoelha na praça do mercado, o inocente que descobre que todos os cadáveres fedem, o louco que dança com o raio na mão, o frade que ergue a saia para mijar sobre o mundo, o fanático que rebusca bibliotecas para encontrar o Verbo – todos esses estão fundidos em mim, todos esses fazem minha confusão, meu êxtase. Se sou inumano é porque meu mundo transbordou das fronteiras humanas, porque ser humano parece uma coisa pobre, triste, miserável, limitada pelos sentidos, restringida pelas moralidades e pelos códigos, definida pelos lugares-comuns e ismos."

Henry Miller

escrevi às 15:05

Você sempre achou conveniente viver de cabeça baixa e de tanto dobrar seus joelhos eles se encontram quebrados. Não importa, é fácil demais achar motivos e desculpas para se entorpecer...
Quantos copos mais vai esvaziar e sorrir bêbada para aqueles que exigem a todo instante que seja esse personagem que você mesmo demorou tanto tempo para criar... sim, isso é exatamente o que se tornou.
Se está feliz porque eu sempre noto seus olhos me procurando por onde vai?
Se está feliz porque eu sempre percebo que está mentindo?
Se você estivesse realmente tão feliz quanto diz eu seria o primeiro a também ficar feliz...

mas eu não estou

escrevi às 13:59

terça-feira, agosto 12, 2008

"Há músicas a serem cantadas e páginas para serem preenchidas com memórias.
Há estradas a percorrer nesses lugares que nunca vi.
Há cartões postais a enviar, e tanta beleza em recolhe-los.
Há sonhos a serem perseguidos e amigos para se ter considerações mais tenras.
Há um amor a ser visto de uma forma mais clara.
Há medos a serem confrontados e temores para compreender.
Há dias novos para conhecer, e todo este orgulho insensato para colocar em suas mãos."


The Gloria Record - Ode To New Grass

escrevi às 14:26

quero escrever o que nunca escrevi
quero escrever como se a literatura não tivesse existido
eu nunca consigo
a palavra parece estar exausta
permanece presa na garganta
nos dedos
na ponta do lápis
em um canto empoeirado
esquecida
falha

escrevi às 14:02

domingo, agosto 10, 2008

"Ah, como gosta do seu leito de lava
O esforçado menino
Que precisa levantar cedo
Para chamar o mundo
E vestir o dia sonolento."


Emily Dickinson

escrevi às 21:15

fragmentos de um domingo:

ela ainda não fez 2 anos e brinca sorridente no jardim
olhar para ela é tão doloroso como lembrar a todo instante dos filhos que não terei
recordo do tempo em que você gostava de observa-la dançar
recordo dos planos que faziamos
parece não fazer mais diferença lembrar
Subitamente corre em minha direção
sussura em meu ouvido: "te amo"
meu rosto se ilumina
ela traz de volta o sorriso que esqueci

escrevi às 20:59

terça-feira, agosto 05, 2008

"Você pode acordar as cinco da manhã tomar um café na esquina, pegar um ônibus desconhecido ou andar por pequenas ruas despovoadas e vai se sentir em outro mundo. Observe como um estrangeiro a cidade desconhecida, buscando sentidos, relações e sensações que passam em branco no claustro da rotina.
Andaremos com óculos quebrados admirando a arquitetura caótica dos bairros miseráveis, divertindo com as estúpidas casas pretensiosas da nova classe média emergente, cheirando o vapor sujo que sai do bueiros, andando a esmo...
Faremos um banquete com o que eles não querem mais comer... nossa pequena revolução envolve cada paralelepipedo dessa calçada que será usado para presentear as pessoas ou quebrar as vidraças das casas que nunca teremos.
Eu quero AGORA o que as lojas bonitas e cheirosas oferecem...eu quero... quero AGORA, não me importa se não tenho dinheiro ou não aguento mais correr enquanto as sirenes se aproximam...
Estarei sempre à deriva mesmo que isso já não signifique absolutamente nada.
"

escrevi às 21:45

Fragmentos desconexos:

Podemos andar um pouco mais pela cidade esta noite? Acho que só estou um pouco triste e não quero mais estar aqui...
Quero ir até onde está aquela luz, ela se acendeu de repente e parece ser de um quarto qualquer. Fico tentando imaginar, inutilmente, quem está lá se agora já é tão tarde e tudo em volta está em silêncio... parece que nunca há ninguém para se ver daqui de baixo.
Eu também não conhecia esse bairro, as ruas por aqui estão sempre vazias e sujas, não importa é sempre bom saber que eu posso emparelhar meus braços aos seus e andar até que as pernas doam e os joelhos vacilem.
Uma pena você não estar aqui de fato, mas invento conversas e canções para apaziguar meus fantasmas (você é o mais bonito deles).
Posso estragar sua noite? Não tenho mais versos e esqueci como voltar para casa...

escrevi às 21:15