"Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto tão perto tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco"
poema de Mário Cesariny
Quando falei o que sentia não queria fazer você voltar (eu juro), foi apenas um erro infantil pensar que resta algo mais que pena ou ressentimento de ambas as partes (ou talvez uma certa vergonha por não saber mais onde deixar tantas cartas ou palavras quebradas)... tolice imaginar que "jogo do contente" dura mais que alguns dias, mesmo assim irei tentar mais uma vez(é o que resta). Talvez seja só orgulho, mas pensar em minhas promessas não me deixa cair, só assim eu posso sorrir e dizer que fui fiel a tudo que sinto... e as vezes como isso dói... Acho que você nunca vai entender o preço dessas palavras... escrevi às 16:37
quarta-feira, maio 07, 2008
"sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meu deus como você me doía vezenquando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando olhando e pensando meu deus ah meu deus como você me dói vezenquando"
trecho de Harriet do escritor Caio Fernando Abreu... quanto a mim?! Estou seguindo honrando as promessas, sonhando com novos finais e talvez feliz... Também sinto a sua falta, mas como você ainda me doi de vez em quando... escrevi às 14:38
Sombras dançam nas paredes, formando rostos que não posso mais reconhecer e a poeira ainda se esconde nos cantos mais silênciosos desse quarto. O homem de olhos estranhos que está na cozinha deixa cair de suas mãos uma xicara de café, cacos se espalham pelo chão... ainda ouço daqui seu riso e tuas palavras não me deixam dormir... Espero que um dia eu possa encontrar o meu verdadeiro rosto por trás dessas tão pesadas máscaras, então todos estes pensamentos incertos terão respostas ou simplesmente irão desaparecer... Quando tudo começar a ruir novamente diga a todos os nossos amigos, todos aqueles que ficaram, que não é tempo para chorar porque eu só estava confuso e deprimido antes de saber que isso não importa mais, antes de ver que ficar bem sempre foi a decisão mais correta... Sonharemos com um fim tão bonito como este e iremos comemorar essa separação com nosso choro tão doce e infantil... só gostaria de não estar aqui quando as letras começarem a subir, a música aumentar e todos olharem para a camera avisando ser esse o nosso derradeiro final. escrevi às 14:13
segunda-feira, maio 05, 2008
Só machuca um pouco saber que as coisas continuam as mesmas para você e que não mudamos nada de fato... "nós os de hoje, somos os mesmos de outrora" escrevi às 18:05
"Eu tenho procurado há tanto tempo, por essas fotos suas, Que eu quase acredito que elas são reais Eu tento vivido há tanto tempo com essas fotos suas, Que eu quase acredito que as fotos São tudo que posso sentir
Me lembro de você Ficando quieta na chuva Enquanto eu corria para ficar perto do seu coração E nós nos beijamos, enquanto o céu desabava Te segurando forte como eu sempre segurei
Me lembro de você, Correndo delicada pela neve Você era maior, e mais brilhante, e mais branca que a neve Gritava como faz-de-conta, gritava para o céu E você finalmente encontrou Sua coragem para deixar tudo isso
Me lembro de você, Caída nos meus braços Chorando pela morte do seu coração Você era pedra branca, tão delicada, tão perdida no frio Você sempre foi tão perdida no escuro
Me lembro de você Como você costumava ser Lentamente afogada, você era anjos Muito mais que tudo
Se segure pela última vez Então, fuja silenciosamente Abra meus olhos, mas eu nunca vi nada
Se apenas eu tivesse pensado nas palavras certas Eu poderia estar no seu coração
Se apenas eu tivesse pensado nas palavras certas Eu não estaria me desfazendo De todas minhas fotos suas
Procurando há tanto tempo por essas fotos suas Mas eu nunca estive no seu coração Procurando há tanto tempo pelas palavras verdadeiras Mas sempre me livrando Das minhas fotos suas
Não houve nada no mundo Que eu tenha desejado mais Do que senti-la dentro do meu coração
Não houve nada no mundo Que eu não tenha desejado mais Do que nunca me sentir me desfazendo De todas minhas fotos suas"
Tradução de Pictures Of You do The Cure... desculpem aos que ainda lêem esse dublê de diário, mas as músicas estão falando mais de mim(e por mim) ... escrevi às 14:09
O tempo passar é tudo o que necessito... e de fato acho que agora estou bem e feliz("Um minuto inteiro de felicidade! Afinal, não basta isso para encher a vida inteira de um homem?") ... escrevi às 13:38
sábado, maio 03, 2008
"Verão desdobrou, como uma tapeçaria. E você estava lá - como sempre esteve - brilhando onde o céu encontra as árvores. E suavemente coroando, cantando medos para dormir. "Você sabe realmente quanto eu a amo por isso? "
tradução de LoveLetterTypewriter da banda Mineral... ainda sabe? escrevi às 00:43
"Cartas que não escreverei (e que não poderia entregar)" Acho que começo a aceitar, a despreender de você, a me desintoxicar... mesmo que seja tão sofrido quando fico sozinho ou quando lembro de qualquer piada idiota que tinhamos (quando simplesmente me lembro de você) ou seja quase sempre... claro, é só uma brincadeira tola... Outro dia chorei ouvindo a música mais piegas do mundo, chorei e comecei a rir pensando "ah não, aí já é demais", pensei que você também riria de mim e tudo fez tanto sentido que de certa forma apagou todas as crises que tive pensando nesses "porquês" que nunca virão pois já acabou, simplesmente acabou (é preciso aceitar)... Nesse tempo que não estamos mais junto pensei muito, muito mesmo no que me tornei, em tudo que você ajudou a me tornar e por mais que saiba que outras depressões avassaladoras me tomarão fico feliz por saber que você trouxe o meu melhor, me deu o que eu sempre quis e serei sempre grato por isso, por revelar o que tinha de mais escondido e bonito em mim... é preciso nunca esquecer... Tento não pensar no que me disse da última vez, penso as vezes que o que falou foi só para me proteger, para me manter de pé, para que não desistisse... mas eu sei que nada trará você de volta... talvez eu vá sentir raiva ou fingir no futuro que não tive nada por você além de sentimentos incompletos(como todos fazem quando estão magoados) mas o que escrevo é para nunca esquecer de você, de todas as noites juntos, dos risos, da amizade... Tenho sim, ainda muito medo de "regredir", a voltar a ser o que eu era antes de te conhecer, tão machucado e acuado(e talvez esse diário seja um possivel indicio dessa espécie de "retorno" a época em que não te conhecia), mas sei que o tempo vai me curar ou ao menos sufocar essa dor... talvez Cronos devore tudo e eu possa rever você, sem que doa, sem que eu me desfaça por dentro... lembra de quando você me falou da sua bisavó, o que faço agora é dizer ao seu ouvido "pode ir", não que você precise disso mas EU preciso para fazer o que sinto morrer, para "permitir" que você seja feliz sem mim, para honrar tudo que tivemos juntos, todo o amor que eu ainda tenho por você. Espero que esteja feliz, tão feliz como você me tornou...é só isso que espero... escrevi às 00:12
quinta-feira, maio 01, 2008
"Uma vez ou outra eu caio , como sendo um par sem par. Uma vez ou outra negligenciado, como tenho as lembranças amargas se assim que eles forem embora, irei me caçar e me lembrar de dizer adeus pela ultima vez... esperando como sempre... tenho certeza de que isto não foi minha culpa. As vezes eu sinto como se já estivesse dito isto e não quis que minhas ultimas palavras fossem adeus"
tradução de Junction At barcelona da banda Portrait... engraçado como faz tanto sentido... escrevi às 18:37
"Eu cantei o mais forte e alto que pude, mas acho que não pude lembrar a letra que me ensinou... as estrelas riram. Como era doce o som dos guizos... Finalmente compreendi o que estava em mim (e não era você)"
Posso escrever páginas em branco ou os versos mais tristes essa noite escrevi às 18:24