>>>A Incrível Decadência Humana<<<



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quinta-feira, julho 29, 2004

" Não se pode negar o destino.
O filme vai completar um círculo num instante efémero: o reflexo da face de Otto nos ollhos de Ana. Este círculo principal existe para sustentar e atribuir um significado particular a dois círculos mais pequenos, o de Otto e o de Ana, no centro dos quais, o sol atravessa uma noite branca. Ana e Otto são profundamente afectados pela presença um do outro em cada vida e para cada um deles, o resto do mundo é supérfluo.
No caso de Otto o amor nunca foi afectado ou destruído pelo tempo. E Ana consegue voltar atrás o tempo de uma vida inteira."


palavras de Julio Mendem sobre seu filme Os Amantes do Círculo Polar... alguém acreditaria se eu falasse que estou chorando agora, por lembrar do filme... por lembrar o que perdi, idiotisse eu sei, mas é impossível não sofrer....

escrevi às 22:19

Procurei achar respostas para problemas que não tem solução quando na verdade não há respostas para as perguntas erradas.
Abro meu peito com tanta força e você apenas sorri quando viu meu coração pulsar, mais uma vez ignorei seu olhar para novamente despedaçar-me por entre suas mãos e implorar que me note.
Sujo seus pés e o chão que você pisa, as vezes acho que tenho tudo que preciso e mesmo assim bastaria a janela aberta e um devaneio tolo de voar para que tudo voltasse finalmente ao seu lugar.
Aumento o volume do rádio e já não ouço nada além das mesmas vozes dizendo que valeria muito mais a pena ficar em casa hoje e não ir pelas ruas, costurando os passos em tardes tão frias e cinzas. Você não está lá e nunca vai estar além de aqui dentro de mim, rasgando meu tórax e acelerando meu coração a cada pensamento idiota e sorrisos falsos.
Não, não acenda as luzes ainda tenho medo de ver minha sombra... não, não acenda as luzes agora, tenho vergonha de olhar para você e ainda assim pensar em morrer...
Amo tocar o seu rosto (mesmo que já tenha me esquecido de como você é/mesmo que nunca o tenha tocado de fato)....

escrevi às 21:21

quarta-feira, julho 21, 2004

   " Senti-me perdido. A areia me enchia a boca, mas grite: "Nenhuma areia sonhada pode matar-me nem existem sonhos dentro de sonhos". Um resplendor me despertou. Na treva superior abria-se um círculo de luz. Via a face e as mãos do carcereiro, a roldana, o cordel, a carne e os cântaros. "

  frase retirada do conto A Escrita do Deus de um dos meus escritories prediletos, Jorge Luís Borges... sem mais comentários, apenas leiam o conto...

escrevi às 22:39

 A culpa, sempre ela volta a bater a porta e novamente me convida a beber café e olhar para fora.
 Procuro palavras no meu bolso, mas só há areia e pó... onde escondi as verdades? Como posso levantar da cama e aspirar uma vida agora?! São sempre os mesmos questionamentos a pesar sobre meus ombros, em tardes tão  frias como essa em que voltei novamente sozinho para casa ,depois de momentos tão estranhos.
 Relembrando novamente da manhã em que estava dentro de um ônibus sem saber para qual caminho ele iria levar... sentado, sozinho, em uma manhã gelada mas ainda assim esperando ser esquentado por um tímido sol(talvez só fosse assim em minha mente). Já não sei dizer quanto tempo  fiquei olhando as janelas e nem assim consegui respostas, nem recados e novos motivos para viver.
 Minha respiração embaça o vidro, mesmo que o sol incida sobre ele, mesmo que ele cegue meus olhos para que eu não veja agora o quanto queimo entre pessoas que não conheço, quanto sangro sujando minha blusa branca, vomitando sangue, chorando e sendo corroido por pustulas. E mesmo que esteja brandindo as mãos para o céu, implorando perdão ao mesmo deus assassino que tanto enforcou-me com sua misericordiosa bondade.
 Desço tropeçando nas escadas, vou ao chão e rastejo pelas ruas, mas ninguém nota ou parece se importar... enquanto grito, enquanto levanto coberto por chagas e em chamas, noto que estão entre a multidão... todos estão lá, rindode mim e bebendo vinho e eu... e eu ... eu...
 Apenas abro a porta de casa e entro porque está frio lá fora.


escrevi às 22:01

quinta-feira, julho 15, 2004

   "Olhais para o alto quando aspirais elevar-vos."
 
 retirado do livro Assim Falou Zaratustra  do escritor Friedrich Nietzsche... e quantas vezes mais terei de olhar para o alto e ainda assim, nada ver...

escrevi às 20:34

  - Olha para fora...
  - Não posso, estou cego demais...
  - Vai, apenas olhe para fora.
  - Nada vejo nada, além das mesmas nuvens... o mesmo sol...
  - Não se sente melhor?
  - Como poderia, se novamente sou obrigado a confrontar-me com as coisas que eu perdi...
  - Perder o que?! Nunca teve nada para perder.
  - Cale a boca e me deixe passar...
  - Muito bem, fuja... e tente esconder as derrotas.
  - Nada tenho para esconder... nada, que eu  também já não tenha esquecido...
  - Então porque foge?
  - Fugas passageiras, admito... mas mesmo assim sabe que sempre volto.
  - Por medo. Ainda tem medo de olhar para fora e ver que tudo voltou a estar como era antes: cinza e frio.
  - Não... não é por isso...
  - Então, olhe para fora e veja o que está lá. O que vê agora?
  - Nada... não vejo nada, tudo está cinza e frio...  cinza e frio... cinza e frio...

 





escrevi às 20:18

quarta-feira, julho 14, 2004

"Caminhe em silêncio. ..
Não se vá,em silêncio .
Veja o perigo
[É] Sempre perigoso
A conversa não acaba, a vida se reconstrói...
Não se vá...
Caminhe em silêncio...
Não se vire, em silêncio.
Sua confusão,minha ilusão.
Destruindo-se em uma máscara e ódio próprio.
Confrontando-se e morrendo.
Não se vá...
Pessoas como você encontram isso fácil.
Despido pra ver,andando no ar...
Caçando no rio,através das ruas,em todo o canto...
Abandonado tão cedo.
Colocado para baixo com o devido carinho.
Não se vá, em silêncio ...
Não se vá..."


tradução do poema/música Atmosphere de Ian Curtis, vocalista da banda Joy Divison... pessoas como eu encontram isso muito fácil... perdem a fé muito facilmente...

escrevi às 18:16

O mundo ficou triste e ninguém percebeu...
ou será que apenas eu que comecei a ver as coisas de outra forma?
Mesmo que as borboletas amarelas que passeavam estranhamente ao lado da minha janela em um dia ensolarado e quente pudessem me tocar mesmo assim eu não veria, não hoje, o sentido das coisas.
Hoje eu ainda não olhei o céu e até tenho medo que justamente hoje ele caia sobre mim (ou que não esteja lá para que eu veja pela última vez)... talvez chova e eu possa andar molhando minhas roupas, minha pele, meu cabelo... mesmo assim, nada faria sentido de fato.
Quando já se amou muito mais do que queria... odiou/amou as coisas erradas, coisas que não valiam a pena apenas para provar a si mesmo que pode lutar contra um destino imbativel... aí sim, se encontra o que há de pior dentro de si pois não há nada como um dia assim para me mostrar o quão já estou cansado de esperar.
Um dia eu acordei, fazia um barulho ensurdecedor lá fora e a casa estava vazia. A poeira acumulava-se em todos os cantos, na geladeira nada tinha para comer e eu mais uma vez tive vergonha de olhar no espelho...
Irônico como todos os dias essa mesma cena se repete.

escrevi às 17:50

quarta-feira, julho 07, 2004

"- Quais gigantes? – disse Sancho Pança.

- Aqueles que ali vês – respondeu o amo -, de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.

- Olhe bem Vossa Mercê – disse o escudeiro -, que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e o que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.

- Bem se vê – respondeu Dom Quixote – que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes, são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera e desigual batalha. "


retirado do livro Dom Quixote de La Mancha livro de Miguel de Cervantes... Avante, estou aqui para lutar!(e no fim descobrir que nada eram, senão ilusões tolas)

escrevi às 23:59

Os corvos estão sobre o campo de trigo e eu pregado em uma cruz no meio do nada, já não sei mais se sou mártir ou um espantalho.
Palavras sem vida não são escutadas além da rua ao lado e você ainda pensa que bastaria dois minutos inteiros de ódio para que pudesse acabar com a própria vida... mas nada ocorreu e eu tomo a mesma rua para voltar aos mesmos corredores da casa vazia procurando desesperadamente por você que já nem lembra mais.
Espero por respostas, mas sei, não há respostas para perguntas que ainda não foram feitas e meus lábios ainda amargos por um beijo de adeus que nunca virá, porque eu também sei que não há despedidas...
Tomastes tudo de mim, apenas para que eu pudesse ver o quao poder tens sobre a minha humilde vida e agora que já não posso suportar seus olhares me dizendo que o chão em que piso pode a qualquer instante ruir e me levar ainda mais para baixo.
Sabe, quando as cartas não chegaram e ainda assim insisti em manda-las de novo forçando mais e mais sentimentos que abafei em meu peito.
Quando eu disse tudo aquilo, não mentia e não vou mentir agora que os tambores rufam para o cavaleiro inexistente...

escrevi às 23:39

domingo, julho 04, 2004

"Todos os dias de manhã você me acorda com um beijo em meus olhos, repousa sua cabeça em meu peito e permanece em silêncio. Cantarola aquela canção, aquela que eu fiz para você, antes mesmo de saber que você existia. Sorri, o sorriso mais lindo da minha vida, meus olhos enchem de lágrimas e cantarolo aquela canção, aquela que fiz quando eu sabia que você existia, mas nunca te encontrava. Vai, beija minhas lágrimas, como eu fiz com as suas em meus sonhos.
Não chora agora, estamos perto demais de chegar... não chora agora minha criança de pele branca e olhos brilhantes, não posso suportar a sua dor. Então case comigo, vamos viver o resto da vida juntos e teremos filhos, quantos quiser e se isso ainda não te fizer feliz, iremos aos domingo almoçar na casa dos nossos pais. Não há nada que não melhore com o tempo... sei muito bem que não sou a melhor pessoa para falar isso, mas me importo, hoje mais do que nunca digo que me importo.
Quando se tem a sensação de que nada é o bastante, eu levanto da cama e quebro a casa inteira, os moveis e os vidros, o espelho e as portas... rabisco as paredes em letras cursivas, gritando e rezando a poesia do seu corpo... faço tudo para que me note, mas só há lugar para o ódio. "Olhe para mim enquanto eu falo, olhe para mim... " digo isso em frente a um espelho, o mesmo que quebrei em um dos vários acessos infantis... "acorda", isso grita comigo, desgraçado, bata em minha cara mas não me deixe dormir, não me deixe sonhar com ela. A euforia desce pelo ralo bem devagar, onde está aquela alegria que me tomava a poucos instantes?!
A depressão chega mais rápido que imaginei, mas ainda tenho forças para mais uma ilusão: "acordo com o cheiro do café, me pego descendo as escadas e encontro você lá, a sorrir e a tirar proveito da vida em coisas simples. Você diz baixinho que me ama, só isso basta para que eu seja feliz..."
"

escrevi isso a cerca de um ano e parece que as coisas não mudam mesmo... e ninguém está aqui para velar meu sono...

escrevi às 23:26

Meus lábios ainda sangram por palavras que não foram ditas e um turbilhão de versos inúteis são jogados fora pela janela para que possamos novamente voltar aos velhos ritos de desentendimento.
Metáforas são inúteis para falar sobre sentimentos que eu nem sei mais se são verdadeiros... o que eu posso então fazer, além de tentar calar as vozes que afirmam ser inutil tentar novos devaneios...
A casa permanece vazia e o silêncio invade todos os cantos, não tenho mais fotos para me recordar de seu rosto... nunca tive fotos suas para relembrar e o que restou de você foram abstrações em um papel amassado porque nunca a conheci de verdade.
Como amar pessoas que não se conhece?! Como acreditar em sonhos em uma cama quente e vazia se depois ao acordar irei me deparar com os mesmos cômodos vazios e os mesmo versos inacabados e repetitivos...
Depois de confrontar-nos com um turbilhão de ascenções e quedas creio que não mais nos reconheceriamos mesmo que estivessemos lado a lado... mas nós não estamos...
Onde você estava que não viu meus passos incertos ao voltar para casa, tal qual um filho pródigo comendo como em um banquete a lavagem que era destinada aos porcos... devia estar em casa, dormindo e a sorrir.
Eu devia me lembrar que aqui é a incrível decadência humana.

escrevi às 22:05