>>>A Incrível Decadência Humana<<<



...

Passado:

janeiro 2003
fevereiro 2003
março 2003
abril 2003
maio 2003

junho 2003
julho 2003
agosto 2003
setembro 2003
outubro 2003
novembro 2003
dezembro 2003
janeiro 2004
fevereiro 2004
março 2004
abril 2004
maio 2004
junho 2004
julho 2004
agosto 2004
setembro 2004
outubro 2004
novembro 2004
dezembro 2004
janeiro 2005
fevereiro 2005
março 2005
abril 2005
maio 2005
junho 2005
julho 2005
agosto 2005
março 2008
abril 2008
maio 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
outubro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
junho 2010
setembro 2010
novembro 2010


Leia:

Império Kraviano
Jardim Humano
Pró - Seco
Leite no Pratinho
Petulância
Virulência Amiúde


Escreva:

Nome:
E-mail:
Mensagem:

This page is powered by Blogger.

terça-feira, dezembro 30, 2003

" Pode abrir os olhos, agora que os fantasmas esqueceram que você existe e você esqueceu dos dias, em que também era um fantasma"

essa frase é minha, encontrei ela em meio a tantos papeis esquecidos, velho e que nunca pareceram fazer tanto sentido quanto agora...

escrevi às 23:22

Eu sei, faz tempo que não escrevo, mais uma vez me afastei como se escrever aqui fosse um fardo grande demais para se carregar(as vezes realmente parece) e tudo isso porque no fundo me sinto um idiota, uma pessoa egocêntrica que diz a todos estar sofrendo para que tenham pena e receba atenção (e será que no fim não é verdade?!).
Muitas coisas tem acontecido e realmente tenho me surpreendido com o que escrevi a anos atrás e que só agora faz sentido. Poesias, contos, cartas e frases escritas por mim a tanto tempo e que parecem revelar o que está acontecendo no momento... isso me assusta, me dando um medo infantil pelo que pode vir a acontecer.
Ela veio em uma tarde cinzenta, sem ser chamada, tocou a campainha, adentrou e tudo voltou a ser como era antes... a mesma esperança que sai pela porta é a dor que volta a entrar horas depois. Porque me deu fé se no final não vai poder corresponder?! Eu sei, você só quer que eu mude e já não sei mais se as palavras foram realmente estas ou fui eu que inventei tudo isso.
Quanto tempo terei de esperar? E se você diz para que eu tenha coragem, o que quer dizer realmente?! Tento melhorar mentindo para mim mesmo afirmando ser tudo verdade, mas quanto tempo vou sustentar tais devaneios até que novas quedas aconteçam...
São dias estranhos esses que passam porque quero realmente (talvez pela primeira vez) mudar, mesmo que ainda me sinta perdido e tenha medo de esperar alguém que poderá nunca vir.
(De que adianta sofrer tanto se não há ninguém para ver?!)

escrevi às 10:40

domingo, dezembro 07, 2003

"Posso escrever os versos mais triste esta noite.

Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tirintam, azuis, os astros, ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta;

Posso escrever os versos mais triste esta noite.
Eu a amei, e às vezes ela também me amou.

Em noites como esta eu a tive entre os meus braços.
Beijei a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela me amou, às vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.

Posso escrever os versos mais triste esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.

Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite cai na alma como no pasto o orvalho.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta com tê-la perdido.

Como aproximá-la o meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmo.

Já não a amo, é verdade, mas quanto a amei.
Minha voz o vento para tocar seu ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes de meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seu olhos infinitos.

Já não a amo, é verdade mas talvez a ame.
É tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
minha alma não se contenta com tê-la perdido.

Ainda que seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que escrevo."


poema 20 do poeta chileno Pablo Neruda... não são os cortes que doem mais, nem as lembranças e sim a constatação de que por mais que eu tente mudar as coisas voltam sempre ao ponto de partida... sempre a mesma fantasia irrealizável...

escrevi às 05:55

Nunca vai saber o quanto está doendo e o quanto suas palavras machucam, nunca vai saber dessas lágrimas que cortam o meu rosto e que dediquei a você... nem se importa agora que sangro por cortes em meu peito e braços que eu mesmo fiz, desesperado por ver que pessoas como eu não ganham nunca.
Abri a janela o mais que pude e deixei o vento daquela manhã entrar, tirei a blusa como se o frio pudesse de fato puricar-me e tentei não chorar pelos pensamentos que me invadiam... mais alguns passos e me vi diante do espelho apenas para constatar o quanto é patetica minha vida, o quanto eu próprio sou patético e mesquinho... fiquei nú e muito tempo permaneci ali olhando as marcas pelo meu corpo fraco e pálido. Não há respostas para as perguntas que me fiz, só a vontade de extinguir a dor, que não cessa nunca...
Estou cansado desses fantasmas que se escondem pelos cantos dessa casa, dentro de mim e em qualquer lugar que eu vá, me perseguindo e gritando em meus ouvidos todos os fracassos e erros que cometi. Eu chorei calado tentando dormir, tremi por lágrimas que doiam em meus olhos e deixei meu peito ser sufocado e sangrar em pequenos cortes... não, não sinta pena agora, deixe para mais tarde quando a fuga for verdadeira.
A vida se torna enfadonha quando se perde o sentido e os dias voltam a ser resumidos por lembranças de fatos nunca ocorridos. Poderia escrever os versos mais tristes, mas não vale mais a pena sofrer por você pois agora vejo que sou sempre eu o culpado por tudo.

escrevi às 05:00