>>>A Incrível Decadência Humana<<<



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terça-feira, agosto 12, 2003

"quando as minhas mãos pálidas
deixarem cair a última caneta
em um quarto barato
eles vão me achar lá
e nunca saberão
meu nome
minha intenção
nem o valor
da minha fuga "




poema Old Man, Dead in a Room do grande escritor Charles Bukowski

escrevi às 23:46

O "POETA" E A BAILARINA

BAILARINA: O silencio te agrada?
"POETA": O meu silêncio agrada a todos...
BAILARINA: Sabe bem que não é verdade.
"POETA": Não, não sei de nada...
BAILARINA: Vou perguntar de novo: o silêncio te agrada?
"POETA": Não, não me agrada. Mas o que EU posso fazer?
BAILARINA: ...
"POETA": Seu silêncio é tão lindo...
BAILARINA: Está confundindo as coisas.
"POETA": Sempre confundo tudo, sou um idiota...
BAILARINA: Não se faça de vítima.
"POETA": Está bem, eu sou o culpado.
BAILARINA: Mas também não se faça de vilão.
"POETA": Está bem, ninguém tem culpa de nada.
BAILARINA: Porque você faz isso?!
"POETA": Porque eu amo você...
BAILARINA: Você não me ama, apenas ACHA que ama...
"POETA": Eu amo você...
BAILARINA: Escuta...
"POETA": EU AMO VOCÊ...
BAILARINA: Tudo bem, tudo bem, você me ama.
"POETA": ...
BAILARINA: O que foi?! Porque essa cara de choro?
"POETA": ...
BAILARINA: Espera que eu fale: "eu também te amo"?
"POETA": ... ... ... sim...
BAILARINA: Está bem, se isso que você quer: "eu também te amo". Não era isso que você tanto queria ouvir?! Então me diz, está feliz agora?! Mudou alguma coisa em sua vida?!
"POETA": ... ... ... não...
BAILARINA: Imaginei.
"POETA": ...
BAILARINA: ...
"POETA": ...
BAILARINA: Fala alguma coisa! Você é um poeta e os poetas não podem ficar sem palavras... vai fala alguma coisa... fala!!!
"POETA": Eu amo você...
BAILARINA: ...
"POETA": ...
BAILARINA: O silencio REALMENTE te agrada?


Observação: os que me conhecem entenderão a ironia e a tristeza dessas pequenas histórias sem fim...

escrevi às 23:43

sábado, agosto 09, 2003

" A arte como redenção do que sofre - como via de acesso a estados onde o sofrimento é querido, transfigurado divinizado, onde o sofrimento é uma forma de grande delícia."

frase retirada de A Vontade da Potência do escritor, filosofo e ensaista F. Nietzsche... sim, eu sou um niilista, como se isso fosse novidade para algum ser vivo...

escrevi às 23:09

Ensaio sobre o Poeta

"Lá está ele, em seu reino destruído, roupas espalhadas em meio aos livros. Ouve-se o som da maquina de escrever, velha e desgastada pelo tempo. Permanece sentado escrevendo frases que ele nunca sentiu, sentimentos inventados, emoções copiadas, enquanto fuma seu cigarro, o último que restou depois da depressão noturna. A luz fraca do abajur dá a sensação que existe apenas a mesa, a maquina e o vulto, como se fosse um espetáculo e eles os atores principais em meio ao foco do refletor.
A fumaça vai subindo lentamente e ele traga, como se sua vida dependesse disso. Arranca a página da máquina e a joga no chão, junto a outras tantas, amassadas e rabiscadas. Coloca outra folha e inicia novamente seu sofrimento., olha o papel em branco e espera que ele revele o que escrever.
O cigarro já está acabando, enquanto caminha para a janela. Dá para ver a rua, não que faça diferença, mas o ajuda quando está sozinho ver os carros passarem e imaginar que está lá dentro, indo para longe dali. Mas nesta noite parece não funcionar tal fantasia.
Retira os óculos e leva a mão ao rosto, está tão cansado e só. O pequeno toco de cigarro apaga e ele sorri melancolicamente, pensando que comprar cigarros seja um belo motivo para continuar vivendo.
Abre a porta do apartamento e caminha para fora, desce a escada em espiral lentamente. O prédio lhe parece velho agora, as paredes brancas estão desbotadas e sujas, procura lembrar o que pensou quando entrou ali pela primeira vez. A grade do portão abre e ele saí, respira o ar frio e poluído. Sente como se saísse de um presídio e assim como um presidiário que depois de tanto tempo recluso, não sabe o que fazer com a liberdade recém conquistada.
Percorre o trajeto maquinalmente, como se o fizesse por toda uma vida. Entrou no bar, que parecia mais lírico para ele naquele instante, mesmo em meio a sujeira que se encontrava o local. Comprou o maço de cigarro e acendeu um ali mesmo, imerso em seus pensamentos.
Sacudiu a cabeça, como se tentasse apagar aquele doloroso pensamento de sua mente, mas não conseguia e era impossível deixar de sofrer. Poderia ele ser um poeta, não tendo amado ninguém?
Sentiu-se mal, um vazio inexplicável e uma dor intensa. Suas pernas vacilaram, tentou agarrar-se a parede, mas tombou de joelhos. Vomitou ali mesmo, na porta do bar.
"

Observação: Esse conto é meu para quem venha se interessar e é extremamente auto-biografico. O que faz de alguém um poeta?! Eu sou um poeta?! Poderia eu, ser um poeta não tendo amado verdadeiramente alguém?!
Perguntas que estão sempre a me assombrar... e eu nunca a encontrar respostas...

escrevi às 23:03

sexta-feira, agosto 08, 2003

Idéias íntimas
Acordo palpitante... linda a procuro,
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Só o leito deserto, a sala muda!
Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Nunca virás iluminar meu peito
Com um raio de luz desses teus olhos?


poema de Alváres de Azevedo

escrevi às 23:43

A última carta de amor... escrita ao som de gritos e lamentos, quase explodindo o alto-falante.
Papel velho e palavras tremidas, a última carta para a pessoa que ainda me escrevia... pergunto se realmente há amor ali, por entre um desabafo no qual sempre tenho a sensação de ainda estar mentindo. "Eternamente grato" eu digo, "mas já é tarde, acabou e eu tenho que fugir". Sim, eu tenho de fugir...
Pensei em talvez rasga-lo, mas limitei-me a guardar aquele papel e caminhei, de olhos fechados, chutando pedrinhas e com as mãos nos bolso... confuso...
E o tempo passa lentamente e me pego a descer escadas, procurando incessantemente os mesmo olhos que agora parecem zombar de mim... minutos inerte olhando de fora, até que desisto e decido voltar a realidade.
Me senti desnudado, sentado, lendo frases que hesitam em sair de minha boca. Eles analisaram o que escrevi, minha visão de Ícaro, meu mito e me senti realmente tocado por extraírem tanto sentido das minhas palavras... de falarem o que eu realmente sinto sobre a queda, sobre as asas, sobre o sol...
Agora caminho para fora... e espero... mas ela passa por mim e eu nada digo. Fico a observar ao longe, vai embora e se não fosse ali não seria nunca mais, um silêncio constrangedor se forma e timidamente entrego o papel, mas não sem pagar o preço de te-la olhando bem fundo nos meus olhos mais uma vez.
Corri para longe e enquanto voltava para casa me sentindo como um velho(sempre me sinto assim), olhei para fora, a cidade estava toda iluminada e um vento frio entrava pela janela e embraçava meu cabelo, não sei porque mas mesmo melancolico eu me senti de certa forma completo... e isso nunca vai fazer sentido para mim...

escrevi às 23:34

quinta-feira, agosto 07, 2003

"E encontrei tanta liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós"

bélissima frase escrita pelo escritor e pintor libanês Gibran Khalil Gibran... ainda faz muito sentido para mim...

escrevi às 16:46

Esse relato é sobre as pessoas que amei, sobre as cartas que eu escrevi e que nunca mandei, sobre meus amigos, sobre minhas aventuras, meus sonhos, minhas decepções, minha dor e minha felicidade nunca alcançada...
Esse relato é sobre as músicas que eu nunca dancei, as festas que eu nunca fui, as garotas que eu nunca beijei, os porres que nunca tomei, esse relato é sobre ficar em casa sozinho, trancado no quarto chorando...
Esse relato é sobre as poesias, os filmes, os livros, as bandas, os autores, os filosofos e os poetas e como tudo isso acabou com minha vida e formou meu caráter....
Esse relato é sobre como me sinto, como me vejo, como me percebo, como tenho vergonha, como tenho medo e como tudo continuará igual e ruim para mim... mas nem eu me importo mais...
Esse é relato não é sobre nada especial...

escrevi às 16:34

quarta-feira, agosto 06, 2003

"...você me emudece. Quero lhe falar, mas algo me impede, algo em VOCÊ me impede."

trecho retirado da carta que ela escreveu para mim... mas era eu que queria ter dito isso... era eu...

escrevi às 03:43

Atrasado mais uma vez, corro, abro a porta e entro...
todos me olham, procuro não cruzar meus olhos com os dela, fico envergonhado e me afundo na cadeira querendo estar longe dali de qualquer jeito.
Tento de todas as formas esquivar-me mas de certa forma conhece meus truques e me encontra, olha bem fundo nos meus olhos, sem palavras ou fugas... e eu com os olhos baixos, meias palavras e quase gritando: "Me tirem daqui!", dura uma eternidade... dura segundos... não dura nada, já acabou...
Mentira, estou sendo perseguido, tenta desvendar-me... um papel em minhas mãos, não sei o que fazer... minutos passam e eu olhando para escritos, sem saber se volto ao tempo normal ou o leio... tomo coragem e percorro meus olhos pelas palavras, que de certa forma ainda estão aqui, dançando dentro de mim, me trazendo vazio e frio.
Acabou(assim eu acho), posso ir embora em paz... cabisbaixo descendo as mesmas ruas, sim eu ouço sua voz a me chamar, mas não pude olhar para trás, tive medo...
Segui com passos desconexos... mas nessa hora eu queria realmente estar surdo...

escrevi às 03:33

terça-feira, agosto 05, 2003

“O sofrimento nos torna pessoas mais sinceras”

do escritor Oscar Wilde

escrevi às 05:21

E os dias voltam ao normal...
Me encontro mais uma vez, envolto em situações cotidianas e percebo enfim, que as coisas não vão voltar a ser o que eram, nunca mais.
Andando pela casa, melancólico e há cheiro de café por todos os comodos... a rotina enfim...
Tenho pensado muito, me questionando e interrogando frequentemente, mas sempre que estou prestes a encontrar respostas concretas e disposição para mudar, desisto... acho que não posso aguentar o fardo de ser o causador da minha própria ruina.
Mas a verdade é que eu PRECISO disso... preciso porque se não eu não "vivo", não escrevo, não penso, não sinto e nem faço mais nada... sou um maldito idealista romantico... poeta desgraçado... então eu preciso, preciso sofrer... e
o amor é para isso apenas...
Não quero mais pensar nisso, sei bem a resposta e sei muito bem o peso que tem admitir os erros e sinceramente, não posso, pois nada mais me resta.
Ando em passos largos, e lá estou eu outra vez, as hora passam rapido mas em um dia como esse a ultima coisa que se pensa é sair de casa. Não é tão ruim quanto parece ser pois no fim é só mais um dia qualquer em minha vida.
Estou indo embora e ela acena ... eu preferia ser cego...

escrevi às 05:16

segunda-feira, agosto 04, 2003

"Mais cedo ou mais tarde, todos vamos morrer”

frase de Sartre... esse dia não chega, não é?!

escrevi às 01:23

Deitada em minha cama os erros e eu cansado e sozinho demais para ter esperanças que me deixem dormir.
Como sou idiota, por deixar que isso acontecesse. Sim, carente demais, inocente demais por chegar a esse ponto... olhou bem em meus olhos, assustados eu sei. Olhei para o outro lado, implorando não ser verdade. Tanto tempo, tanto tempo... eu nem me lembrava mais como era e não adianta tentar animar-me pois eu só não quero conversar sobre isso e tenho medo no que pode se transformar. Risos enfim, não que isso melhore as coisas, mas por uns instantes apenas para que eu tenha forças. Peço desculpas, é tudo culpa minha, não é ressentimento você sabe, só medo... desculpe se não olho nos seus olhos agora, é a vergonha que sinto por mim mesmo agindo...
Levantar e caminhar mais uma vez para entre as mesmas grades e tetos baixos... para mais uma vez gritar, cair, enlouquecer... ver que eles olham assustados, não mais do que eu estou agora... muita raiva e dor contida dentro de mim... ela não veio e eu finjo não importar (como sempre faço), me pergunto (sempre) se não é melhor assim manter-me afastado para evitar sofrer (mais).
Melhor assim...melhor assim...melhor assim...melhor assim...melhor assim...melhor assim...
Só quero voltar para casa e ser deixado em paz, pois eu nesse dia queria ter dito tantas coisas mais, mas fui covarde e agora já está tarde demais... tarde, para voltar atrás...

escrevi às 00:45

sábado, agosto 02, 2003

"Ah sei lá, você... ahn...ah você é estranho"

sábias (mas hesitantes) palavras, ditas pelo meu irmão em relação a mim

escrevi às 08:45

A vingaça do Excluído

"Se encontrava no mesmo lugar, embaixo da árvore a esquerda das mesas do refeitorio, o horário do lanche havia começado e os estudantes sentavam-se secteriamente em suas mesas, com seus determinados grupos.
Uma pequena pilha de livros contendo variados autores que suicidaram ou morreram de tanto beber repousava ao seu lado, assim como uma peculiar garrafa de café. Lia sem se incomodar com o barulho e com a movimentação do local.
Avançou algumas páginas do livro e bebeu alguns goles de um café morno e forte, até que se deu conta que estava sendo observado, olhou a frente e viu a mesa de onde olhares reprovadores partiam. Mesa peculiar, já que lá sentavam pessoas adoradas e motivo de inveja de todo o colégio, sim, era a mesa dos populares. 

Uma tipica cena de um filme adolescente americano.
Tentou desviar o olhar, mas já era tarde, alguém já havia notado que o nerd estava espiando. Um dos populares levantou, caminhou até o lugar onde se encontrava e ficou a encara-lo por alguns instantes, ele tentou fazer de conta que nada acontecia e permaneceu com o livro aberto fingindo que lia.
"O que você está olhando?"
"Eu?! Nada..."
Grande erro, pessoas como aquela detestam ser ignoradas, e logo aquele grandão começou a tirar sarro dele, dizendo coisas sobre suas roupas, sobre seu jeito, sobre os livros, o café e a vida social dele. Todos do refeitorio olharam e ele Ficou envergonhado, depois mais pálido do que realmente era. Largou o livro, tomado por uma coragem que só vem em momentos como esse, subiu em uma mesa e bradou:
"É isso que você quer?! Quer me ver alterado?! Pois é o minimo que você vai fazer, seu gigante acefalo, pois bem sei o seu futuro, você vai ser um maldito empregado de uma empresa de merda, trabalhando 10 horas por dia e ganhando um salário de merda, com uma esposa que você não ama e com filhos que só te trarão desgosto...e quanto a mim?! Não sei porque estou dizendo isso, já que não vai mudar em nada, porque meu futuro vai ser mais desgraçado que o seu, porque vou morrer sem a aprovação de ninguém. Odeio você, odeio esse maldito colégio, odeio esses professores e odeio a maldita vida que todos vamos levar..." e depois de dizer isso levantou a cabeça como se tivesse ganhado uma guerra e até esperou que alguém batesse palmas, estavam em silêncio espantados por uma atitude tão inesperada.
Mas logo alguém no fundo do refeitório gritou: "É um fracassado mesmo!" e todos ficaram a rir daquele ser."



escrevi às 08:43