>>>A Incrível Decadência Humana<<<



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domingo, novembro 30, 2003

"Desde que te amo, amo o mundo inteiro. "

retirado de uma carta do escritor Franz Kafka para e Milena Jesenka... gostaria de ouvir essas palavras e também poder amar o mundo inteiro...

escrevi às 23:34

Retiro a roupa, as jogo no chão em meio a outras roupa, deito e fecho os olhos, tudo é silêncio agora... a janela aberta deixa um ar frio entrar, os minutos passam e talvez tenha se passado uma hora sem que eu consiguisse dormir. A noite vai perdendo sua forma e configurando-se em dia e eu ainda não conseguia adormecer, no fim levanto decidido a sair dali. Visto uma blusa qualquer que estava no chão, uma calça qualquer, um par de meias que poderia ter sido do meu avô e amarro meu tênis velho.
O apartamente está vazio e a louça que deixei na pia para lavar, ainda está lá formando uma pilha... tudo está tão quieto agora que uma penumbra se forma na sala, tão bagunçada quanto eu.
Tomo coragem para ir em frente, abro a porta e saio... são 6 horas da manhã e não há quase ninguém nas ruas, alguns carros talvez e pessoas que voltam melancolicamente para casa depois de um sábado de diversão. A euforia me toma e eu em passos largos caminho, sorrindo, há dentro de mim uma enorme vontade de chorar por tudo que anseia em vir a tona as 6 horas da manhã de um domingo ridiculamente trivial. Apenas assim para que eu consiga ver a beleza que há em atos banais como um passeio solitário pela manhã...
Volto para casa e bem sei que a euforia se esvai rapidamente por essas paredes, assim como as lembranças e idealizações que criei para tentar sustentar-la e me vejo mais uma vez a olhar pela janela um fantasma que dança sem olhar para mim.
A parede suja, o teto branco e a cama desfeita não me dizem nada e nada representam além de um dia que ainda não iniciou, pois bem sei que semprei termina onde começa: com o corpo cansado e olhos fechados em uma cama fria, tentando sonhar outra vez...

escrevi às 23:23

sexta-feira, novembro 28, 2003

"Doriana esteve presente em nosso crescimento, em cada ano de nossa vida afinal, ela é como você: faz de tudo para agradar as pessoas que quer bem."

propaganda da marca de margarina Doriana... eu poderia ter nascido dentro de um comercial de margarina, tudo seria mais fácil...

escrevi às 11:56

Não sei bem o que está acontecendo comigo agora, tenho estado desesperado e aflito sem motivos e sei que já deveria ter acostumado mas tenho pensado tanto que estou cansado de não achar resposta.
Por mais que eu saiba que há algo faltando, nada acho, não sei o que é... falta amigos?! Pois todos os que julgava serem os mais próximo disso, se afastaram e estou mais sozinho agora, sem ter ninguém para ligar... as pessoas vão para longe e não há nada a fazer pois cansa correr atrás, cansa ver que nem eu mesmo ligo para tais relações.
Falta alguém?! Mas se "ela" estivesse aqui agora e dissesse "eu amo você" mudaria algo? Estaria feliz? O que falta então?! Tudo me remete a isso, tudo faz com que eu veja que mesmo que eu fosse Deus, que tivesse tudo em minhas mãos, mesmo assim nada me saciaria... nada me traria paz...
Ando pela casa, saio, ando pela rua, faço as coisas que gosto, falo as coisas que quero e mesmo assim nada acontece... onde está a maldita felicidade que eles venderam no comercial da TV? É preciso comprar margarina, comprar um carro ou fazer comprar no shopping, para ser feliz?
Minha vida infelizmente não é um filme de Hollywood, o mocinho aqui não vai ter um belo final, com musica romântica de fundo e um beijo na chuva... o que me espanta é que os créditos já estão subindo e passando lentamente por mim, sem que eu os veja.

escrevi às 11:49

terça-feira, novembro 18, 2003

"Os rufiões das rameiras são
Ágeis, felizes e devassos;
Quanto a mim, fraturei os braços
Por ter-me alçado além do chão.
É graças aos mais raros astros,
Que o céu envolvem num lampejo,
Que, agora cego, já não vejo
Dos sóis senão os turvos rastros.

Eu quis do espaço em toda parte
Achar em vão o fim e o meio;
Não sei sob que olho de ígneo veio
Minha asa eu sinto que se parte;

E porque o belo ardeu comigo,
Perdi a glória e o benefício
De dar meu nome ao precipício
Que há de servir-me de jazigo."


poema As Queixas de um Ícaro do escritor e poeta Charles Baudelaire... ambição demais crêr que voaria perto do céu, com tanto peso em minhas costas...

escrevi às 03:43

Queria que minha vida se resumisse a um sono eterno... dormir e quem sabe sonhar...
Tudo seria mais fácil se minha vida cessasse, pois existir é o verdadeiro problema, um fardo pesado demais para sustentar durante mais tempo.
Ouço suas palavras calado e elas ecoam dentro de mim agora que vejo seus olhos encherem de lágrimas... quero desesperadamente tocar você, abraçar seu corpo e dizer que você ainda é minha criança e ninguém mais vai te machucar ou magoar de novo... eu poderia jurar...
Encontra-se distante enquanto a observo, parece estar tão longe de minhas mãos agora que as asas desfacelam tão facilmente pelo ar. Não, não minta e nem possibilite novos devaneios a minha já deturpada pessoa, só escute o que eu tenho a dizer antes que o sono venha me tomar e leve para longe toda e qualquer possibilidade do real... apenas escute, mesmo que seja só o meu silêncio ou essas palavras sem sentido.
Não tenho mais forças para pedir que se afaste, então espero isso acontecer naturalmente pois sabemos que é inevitável, tanto quanto conter esses sentimentos que tenho dentro de mim e essa ansia de crer que ainda há uma chance, mesmo que mínima de tocar o sol.
E se assim não pode ser, que seja então apenas um sono que faça esquecer quem sou por algumas horas.

escrevi às 01:15

domingo, novembro 16, 2003

"Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.

Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade
- essa clareza de realidade
é um risco.

Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém. "


poema Lucidez Perigosa da escritora e poetisa Clarice Lispector ... e eu já nem sei se é lucidez ou loucura o que sempre me toma nessas horas...

escrevi às 04:23

É estranho como parece que sempre volto ao mesmo local, para encontrar sempre as mesmas pessoas e para fingir sempre os mesmos sorrisos.
Hoje não foi diferente e eu me encontrei fora de casa, em meio a tantos que não queria de fato encontrar... pode-se entorpecer facilmente os sentimentos nas horas que se passa por ali, sem preocupações reais, sem preocupar em nada e deixar com que os ruídos e a distorção invada os ouvidos.
Mas é impossível não deixar de pensar(e consequentemente sofrer), talvez seja esse o problema, observar as pessoas da minha idade (que de fato, julgo a maioria fastidiosamente superficial) é mostrar para mim mesmo como sou eu, tão enfadonho e superficial quanto esses que vi. Meu medo, de certa forma, consiste em se tornar algo que já sou de verdade...
Sou hipócrita demais para admitir que sou igual a eles?! Eles que agora, divertem-se, riem, bebem, choram e gritam... e eu que agora permaneço a andar de um lado parao outro, com esses mesmos pensamentos e outros mil que sempre vem me atormentar, o lugar me sufoca e quero sair, mesmo que o cárcere não apresentasse expectativas melhores...
Silêncio, no fim acaba e eu saio...
Já é de madrugada quando me pego a vagar pelas ruas de uma cidade aparentemente morta, tudo ganha uma tonalidade cinza e meus olhos estão embaçados... vou embora, deixando para trás luzes que vejo apagar e acender em algumas janelas.
E agora que estou de volta ao meu reino destruído, penso que é de fato agora, a hora certa para sofrer...

escrevi às 04:07

quarta-feira, novembro 12, 2003

"Você não tem culpa... você não tem culpa... você não tem culpa"

frase retirada do filme Gênio Indomável do diretor Gus Van Sant... eu só queria não me sentir culpado por tudo isso...

escrevi às 04:07

Estou perdido mais uma vez nessa tormenta que novamente se transformou minha vida e agora que é madrugada, eu cansei de chorar por tudo que está acontecendo.
A solidão me toma mais uma vez e não há ninguém para que eu possa ligar, não há ninguém mais em minha vida para que eu possa trocar algumas palavras... estou sozinho e ... e .... lágrimas novamente em meus olhos, sinto vergonha por chorar em silêncio.
O que eu fiz?! O que eu fiz de verdade para ser assim... é o prenúncio de mais uma dolorosa queda, não há em que se agarrar e tenho medo, agora que a esperança também parece estar morrendo em mim e em tudo que eu faço.
Caminhei para o quarto essa noite e com o rosto comprimido contra o travesseiro chorei, sem que ninguém viesse a mim limpar meu rosto e dizer que tudo ficaria bem (nunca ninguém veio).
E o que mais dói agora é que ninguém se importa e ninguém vai saber o que eu sinto agora nessa madrugada perdida...

escrevi às 03:48

terça-feira, novembro 11, 2003

"Sear, no dia seguinte, acabou com a vida de Ned no chuveiro. Ninguém viu nada. Só o sangue vermelho escorrendo no ralo, misturado com água e sabão"

trecho retirado do conto Cenas da Penitenciária, que se encontra no livro de contos A Mulher mais Linda da Cidade do escritor e poeta Charles Bukowski

escrevi às 16:53

Porque todos estão me abandonando justamente agora?! Porque são essas pessoas justamente as que disseram que nunca me abandonariam?!
E pela primeira vez que tenho coragem para me reerguer e levantar a cabeça para continuar algo que acredito, sinto que é em minha direção que as pedras são jogadas... e ninguém importa se estou ou não sofrendo agora, eles não veêm que não fui eu que cavei essa situação e não serei eu a parar minhas aspirações porque eles querem me deixar de mãos atadas por acreditar que sou fraco demais ou não tenho direito de seguir sozinho.
Sinto muito, sinto muito mesmo por tudo, mas o que queriam que eu fizesse?! Enterrasse minha cabeça outra vez no travesseiro, chorasse e quisesse morrer (como se eu já nãotivesse feito isso) porque não querem mais seguir comigo?! Com certeza vocês não vêem o meu lado e como é doloroso ter os sonhos destruídos, as idealizações perdidas. Não vêem como me humilhei, como derramei lágrimas, como feri o meu orgulho para tentar fazer que tudo voltasse a ser como antes, sei que tenho culpa nisso, mas ninguém notou que estava mesmo disposto a mudar.
E se não posso mais sonhar com vocês, eu encontro outros que sonhem comigo.

escrevi às 16:49

quinta-feira, novembro 06, 2003

"Como os cegos conheço o labirinto por pisá-lo"

trecho retirado da música Labirinto que está no espetáculo Quilombos Urbanos da companhia SeráQue?... minha casa, meu labirinto...

escrevi às 03:47

São 3 horas em ponto quando começo a escrever esse texto, não consigo dormir e lá fora começo a ouvir prenuncios do que parece ser mais uma madrugada chuvosa. O vento balança a janela enchendo a casa com um barulho que ao mesmo tempo me assusta e me conforta.
Tenho fome, mas não sei se quero comer ou definhar até a morte, ficar mais pálido e mais magro do que já sou. Eu abro a geladeira e os armários, não há nada e já nem sei mais se é de fato isso que meu corpo pede.
E eu que havia criado frases e metaforas, vejo que foi em vão pois meus dedos não conseguem escrever na rapidez que elas vêem...

escrevi às 03:22

domingo, novembro 02, 2003

"Sozinho em meu quarto, a cama feita e a janela aberta deixa a chuva entrar
Queimaindo-se no canto o único sonho que teve com ele
Meu corpo gira e anseía para que o sono nunca venha"


trecho traduzido da belissima canção Lover, You Should`ve Come Over do genial cantor e músico Jeff Buckley... fico me perguntando se tudo seria diferente se você estivesse aqui ao meu lado...

escrevi às 23:33

Voltar a realidade depois de um dia aparentemente eufórico, como se poucas horas sem que me lembrasse da minha própria vida me fizessem de fato não notar a tarde cinzenta que se aproximava.
Goteja lá fora e eu não tenho forças para bailar por entre os pingos da chuva, apenas caminho em silêncio com um sentimento melancólico, entre a linha tênue de não saber qual rumo tomar... a glória ou a queda... a sensação estranha de reconhecer que se pode chorar ou sorrir com a mesma desenvoltura, só gestos imprecisos durante a chuva. Caminho sem pressa, olho para cima e vejo tudo embaçado, não vejo Deus ou nem motivos para continuar vivendo... talvez seja de fato inútil procurar sentido em pequenas coisas, nesses instantes em que só se quer que Deus exista para poder mata-lo novamente, queria mesmo era beijar sua face e sorrir por saber que foi ELE que estragou minha vida e não eu. Mas não creio (não mais) em deus, não tenho ninguém a culpar pelos meus atos e erros além da minha própria pessoa.
Balanço a cabeça, tentando não pensar, tentando não sofrer, me sinto sujo e cansado... paro, fico longos minutos a contemplar uma poça d'água, que reflete a luz, que tremula com a chuva e fiquei ali sem proposito, me sentido ridiculo pela atitude piegas de "contemplar" um maldito buraco com água dentro.
Subo as escadas e abro a porta, estou de volta ao meu reino destruído, vazio, escuro e com fantasmas a percorrer os comodos e a se esconder nos armários, livros e cartas.
Apenas esse café gelado que tomo agora me consola, sufoca minhas palavras e corroe meu estomago... quisera ele parar meus pensamentos que agora voltam a me torturar, com questionamentos e sonhos que não levam a lugar nenhum.
E nesse momento em que a água caí com força lá fora enchendo essa casa de pingos e balançando as cortinas, eu fico pensando se tudo isso faz sentido, se isso é verdade ou inventei tudo para fazer você sentir o que sinto...
Quando vai chegar o derradeiro dia em que tomarei coragem para fugir de verdade?!

escrevi às 23:10