>>>A Incrível Decadência Humana<<<



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domingo, outubro 31, 2004

"Você consegue ter um tempo?
Oh meu deus, eu preciso entender
estes quartos que nós construímos

estão ficando menores, e estou correndo de esconderijos.

Bolo na maquiagem
machuca minha pele,
mas você não me reconhecerá
celebre, respire sob mim
e estou completamente sozinho
cheio de fúria sem inspiração
você está completamente sozinha porque você quis assim


Deixe-me beijar o batom em seu rosto,
deixe-me manchar o batom em seu rosto
e deixe-me beijar o batom em seu rosto

Eu me embebedo em esquecimento e vejo quem
me leva pra casa
Eu me embebedo em esquecimento e vejo quem
me leva pra casa

Agora estou preparado para o ‘depois’,
ligo o pânico novamente.
Agora estou preparado para o ‘depois’,
ligo o pânico novamente, e ligo, ligo, ligo...

Quando as luzes se vão e penso sobre sua vida tão nova

e na minha se você ainda esta apaixonada,
é um crime andar como um fantasma?
E esconder as vidas corrompidas."

letra Last Year For Halloween I Was A Ghost da banda The Moirai... eu ligo o panico, escolho as mascaras, escondo as mentiras, mato as verdades e sigo, apenas...

escrevi às 18:00

Estou sempre do outro lado da sala há observar ao longe o quanto elas são felizes... não sinta pena, pois nem eu consigo chorar agora e nem vou me humilhar (mais) ao seus pés. Cansado de procurar pessoas para amar e de ver que nada adiantaria projetar sonhos nos outros, se esses não ligam a minima para o que você sente. Cansado de ser apenas o "amigo", de ouvir "você estava enganado" ou "é melhor as coisas ficarem como estão"... eu ouvi isso a vida inteira e parece que ainda não aprendi com os erros(não se aprende nunca).
Deveria estar em casa agora, deveria estar feliz, mas não estou. A felicidade é algo inalcançavel demais para mim, me contento então com pequenas euforias ( ela não veio hoje) e que me ferem mais do que me elevam, mas no fim nós sabemos eu gosto disso e mesmo, mesmo que você estivesse aqui, mesmo que dissesse "eu amo você" não ia adiantar, é inútil (e erroneo) projetar soluções em você, quando se sabe muito bem que os problemas estão aqui dentro e não nos outros.
Então eu me mantenho abaixo da linha do descaso e do desprezo, mas sei não adianta clamar pela sua atenção, você nunca se dignificaria a olhar para baixo e mesmo que o fizesse, peço desculpas, por já estar tão cansado de pessoas tendo pena de mim...
Então faça o favor de pisar em minha mãos para que eu possa ao menos ter motivos para gritar tão forte, quanto grito agora.

escrevi às 17:41

domingo, outubro 24, 2004

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."

frase do Oscar Wilde, não sei de que livro e não faço a mínima para isso, não hoje... eu sei, apenas respiro e finjo estar vivo, mas não estou... é uma farsa, já descoberta...

escrevi às 18:38

Vai, me beija e só hoje, por favor não me de (mais) motivos para sofrer...
Ela está deitada em minha cama e penso que talvez fosse melhor que não estivesse aqui ao meu lado, como se pudesse de fato renovar as esperanças em algo que dentro de mim a muito já foi perdido.
Tenho vontade de abraça-la e aperta-la tão junto ao meu corpo, mas não há jeito suas mãos estão frias demais e eu cansado de tocar em fantasmas. Sempre quis saber porque me olha assim, como se tentasse tirar de mim o que eu tenho de melhor (nada).
Não tenho mais respostas e as perguntas nunca foram feitas de fato. Não, não me olhe assim já estou cansado de ser algo que de fato não sou e tantos cortes já foram feitos que os meus braços já não tem forças para abrir a porta...
Estou cansado, cansado demais para tentar descobrir porque eu só amo as pessoas erradas.

escrevi às 17:29

segunda-feira, outubro 18, 2004

"Aqui nestes braços estamos sempre seguros
Mas nossa pele tornou-se esticada há tempos
nós nunca percebemos que ela poderia quebrar-se

E de algum modo
nós ainda estamos dormindo na mesma cama
deitados acordados durante a noite
e esperamos pelo sol da manhã
para ver se você desistiu

Então use seu deus ou use sua língua
para me dizer mentiras
para me dizer mentiras
para me dizer mentiras

Suas palmas estão sangrando de novo?
uma mártir para si mesma
Estou jorrando de lá também
Adoraria ser a vítima para mim mesmo
E agüente
agüente tudo o que você tem
E agüente
agüente qualquer coisa
Estou lhe implorando

Ainda vivendo no mesmo espaço
E deitado acordado à noite
E estou morrendo para contar-lhe
que você desistiu"


tradução da música Crucifixion as an Art Form da banda The Moirai (com os integrantes da maravilhosa banda Penfold)... e eu ainda estou deitado na mesma cama esperando, esperando, esperando... algo que nunca vem...

escrevi às 18:33

Me dê respostas, por favor, qualquer uma...
Abro a porta e a casa está vazia, coloco água para ferver e o som está alto demais para a madrugada, não me importo... o cheiro do café invade a casa e eu com um lápis marrom sem ponta escrevo em letras cursivas tudo aquilo que me mata aos poucos.
A mão treme e as letras ficam cada vez mais desfigurada, não sou eu que escrevo... até que me canso e não tenho coragem de ler o que escrevi... no fundo não era eu, nunca fui bom com a verdade e pareço mais uma vez me enganar.
Sinto uma dor tão grande e um vazio tão forte dentro de mim, que caminho até o banheiro retiro o estilete e faço marcas em meu corpo, já não dói mais e eu fico pensando se faço isso apenas para me sentir vivo... nunca funcionou...
O sono demora e parece mais uma vigilia, mais passos e mais gritos são dados. Não, de novo não... chega de palavras, chega de ter de me explicar... eu só sinto isso por você, apenas. Aceita ou não a minha vida? Não precisa responder, sei bem as respostas que são dadas nesse tipo de situação.
Abro a porta ela entra e tudo parece fazer sentido... mas novamente idiota demais, para ver que no fim nunca poderia dar certo. Meu olho enche de lágrimas, mas o que eu posso fazer agora, que todos já foram embora e parece que desperdicei todas as minhas palavras em vão.
O que eu devo fazer, agora?

escrevi às 18:19

sexta-feira, outubro 15, 2004

"Nós só vemos o que queremos, só entendemos o que queremos também"

palavras dela para mim... engraçado como eu sempre quis dizer isso para você também...

escrevi às 22:02

As coisas realmente acabaram e já nem sei mais o que fazer, porque finalmente livrei-me do enorme peso em minhas costas.
Quando li suas palavras eu não chorei, nem ao menos triste fiquei, talvez porque era exatamente o que precisava ouvir e um alívio tão grande me tomou como se agora, eu pudesse sonhar de novo...
Quanto tempo durou?! Uma vida inteira poderiam dizer, mas agora nada me resta de você além de um vazio, incomodo mas não mais doloroso, demorou tanto para que acontecesse que já não consigo mais acreditar em verdades ou mentiras. Você disse que não nutria nada por mim, mas eu sei muito bem o que aconteceu e de uma vez por todas não quero mais tocar nessas feridas, nem culpar-me, mas de uma coisa tenho certeza você se enganou tanto quanto eu.
Talvez ainda possa parecer chorar, mas é só porque ainda sou idiota demais...


escrevi às 21:31

domingo, outubro 10, 2004

"É possível que a morte em si não seja uma necessidade biológica.
Talvez morramos porque desejamos morrer. Assim como amor e ódio por alguém habitam nosso peito ao mesmo tempo, assim também toda vida conjuga o desejo de manter-se e um anseio pela própria destruição.
Do mesmo modo como um pequeno elástico esticado tende a assumir a forma original, assim também toda matéria viva, consciente ou inconscientemente, busca readquirir a completa e absoluta inércia da existência inorgânica.
O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós."

palavras de Sigmund Freud em uma entrevista... chega de impulsos de morte, por favor...

escrevi às 22:09

UMA ESTAÇÃO QUALQUER

Comprou o bilhete, passou pela catraca e caminhou para as escadas. Desceu cada degrau lentamente, escorando a mão no corrimão, caminhou até a plataforma de embarque onde havia algumas pessoas e chegou a procurar algum rosto conhecido para conversar.
Sentou em um daqueles bancos de metal, riscados e com a pintura preta já gasta. Ficou um bom tempo apreciando a tarde cinzenta, parecia que iria chover e um vento frio soprava atrapalhando seu cabelo, gostava imensamente de dias assim. Não demorou muito e o metrô chegou, aguardou atras da linha amarela e entrou, estava vazio e escolheu sentar-se no fundo do vagão ao lado da janela. Logo o metrô partiu em direção as outras estações.
O sol contrariando a expectativa geral começava a sair e alguns raios quentes tocavam sua face, sorriu timidamente encolhendo-se todo e observou a janela. Adorava fazer isso, pegar o metrô e passar horas lá dentro cruzando a cidade de um ponto ao outro. Julgou talvez procurar algo especial naquele dia, mas não sabia realmente o que era (ou fingia não saber). Pensou o quanto tudo aquilo era estranho e se encontraria ali, qualquer coisa que valesse a pena procurar.
Passava pelo centro da cidade e as casas abandonadas o atraíam de uma forma especial, com suas paredes sujas e corroídas pelo tempo, poderia morar ali e ainda assim sentir-se bem. A decadência era poética aos olhos dele, assim como muros destruídos e pichados, terrenos baldios, vagões enferrujados e velhos conjuntos habitacionais desabitados que ele via passar pela janela.
Algumas pessoas chegam a observar aquela estranha figura tão distante em seus pensamentos... ele não liga mais, pois mesmo em meio aquela gente age com se estivesse sozinho. Mais o dia passa e ele inerte ali, como se a vida não valesse a pena fora do seu mundo feito de metal, vidro e movido a eletricidade.
As horas também passam rapidamente e ao fim do dia já estava cansado, prometeu a si mesmo ser aquela a ultima viagem, o vagão parou e ele olhou para a plataforma. Do outro lado, o metro na direção contrária chegava, uma multidão de pessoas se encontravam naquele pequeno local de embarque.
Levantou do banco, estava extremamente pálido, parecia ter visto um fantasma e de certa forma viu, caminhou atônito para a porta que já se fechava. Murmurou um nome qualquer e esmurrou com força a porta, gritando. As pessoas olhavam assustadas, mas ele ainda permanecia ali, ofegante e tentando sair desesperadamente.
O metrô entrou em movimento e já não havia o que fazer a não ser ficar parado em frente a porta, olhando a estação e o que ele procurava desaparecer ao longe.
Era um dia estranhamente bonito.

escrevi às 21:52

domingo, outubro 03, 2004

"Minha mão está suja. Preciso cortá-la. Não adianta lavar. A água está podre. Nem ensaboar. O sabão é ruim. A mão está suja, suja há muitos anos.
A princípio oculta no bolso da calça, quem o saberia?Gente me chamavana ponta do gesto.Eu seguia, duro. A mão escondidano corpo espalhava seu escuro rastro. E vi que era igual usá-la ou guardá-la. O nojo era um só.
Ai, quantas noites no fundo da casa lavei essa mão, poli-a, escovei-a. Cristal ou diamante, por maior contraste, quisera torná-la, ou mesmo, por fim, uma simples mão branca, mão limpa de homem, que se pode pegar e levar à boca ou prender à nossa num desses momento sem que dois se confessamsem dizer palavra... A mão incurávelabre dedos sujos.
E era um sujo vil, não sujo de terra, sujo de carvão, casca de ferida, suor na camisa de quem trabalhou. Era um triste sujo feito de doença e de mortal desgosto na pele enfarada. Não era sujo preto– o preto tão puro numa coisa branca. Era sujo pardo, pardo, tardo, cardo.
Inútil, retera ignóbil mão suja posta sobre a mesa. Depressa, cortá-la, fazê-la em pedaços e jogá-la ao mar!
Com o tempo, a esperança e seus maquinismos, outra mão virá pura – transparente –colar-se a meu braço."


poema A Mão Suja de Carlos Drummont de Andrade que tomei a (herege) liberdade de colocar como prosa(aqueles que se ofendem com isso,me desculpe)... pois não tenho só a mão suja, tenho o corpo todo sujo, as mãos, os olhos e estou cansado demais de tentar ser puro e correto... hoje ela faz 18 anos e eu me calei...

escrevi às 21:58

Me sinto sujo, tão sujo como jamais me senti...
Mesmo que me limpasse, mesmo que arrancasse a pele da própria carne, ainda assim nada reduziria o nojo que sinto por mim mesmo agora.
O corpo treme, o choro fica preso a garganta e eu levo a mão ao rosto, estou sozinho... os lábios sangram e os passos vacilam em direção a lugar nenhum. Abro a porta e saio, chove lá fora e fico parado na chuva. Me sinto tão idiota por pensar que ficar ali, não vai adiantar de nada...
Pequenos passos são dados e não sei para onde ir além de rodar em circulos. A dor não passa e não consigo evitar de sofrer, os pensamentos me sufocam e as vozes não param de gritar: "eu me traí, mais uma vez me traí" e não me surpreendo por isso, mas como dói saber.
Sinto frio e o vento está tão forte agora que ando sozinho na chuva pelas mesmas ruas de sempre, retiro os óculos para esconder minha vergonha, a imensa vergonha de achar que sairia impune de tantas derrotas e para não ver o meu próprio rosto refletido nas poças... em vão, em vão, em vão, em vão sempre em vão.

Interlúdio Poético:
"- Você não cansa de sofrer?"
"- Não e você?"
"- Já nem me lembro mais o que é felicidade."
"- Ao menos você ainda pode lembrar..."

E quando eu voltei e abri a porta, a casa ainda estava vazia, caminhei até o banheiro e lavei as mãos, até elas sairem sangue. Tirei a roupa e sentei embaixo do chuveiro, fiquei horas e horas mas a sensação não passou...
Ainda tenho asco por mim mesmo.

escrevi às 21:05

sexta-feira, outubro 01, 2004

Hoje eu não quero frases, não quero nada... Adeus...
(mesmo que saibamos que nunca acaba e que essa cena já se repetiu dezenas de vezes)


escrevi às 19:50

Quantas cartas eu escrevi com essas mesmas palavras?
Às vezes tenho vontade de ligar só para ouvir a voz do outro lado dizendo "alô", as vezes tenho vontade de gritar e xingar você, as vezes eu quero só ficar em paz...
Engraçado, como as coisas se repetem, engraçado e estranho: eu ligo, fico ouvindo sua voz e depois desligo sem coragem... ah você conhece essa história... E daí?! Você não vai ler e o pior acho que nem vai entender tão poucas e falsas palavras.
Só estou cansado bailarina, de ficar amando as pessoas erradas, de ter esperanças e no final terminar em casa, ouvindo uma música qualquer, chorando no escuro, deprimido, sozinho...(como sou dramatico... e como sou mentiroso/repetitivo)
Gostaria mesmo de corresponder suas expectativas por mim, mas como de praxe tenho de destruir qualquer possibilidade das coisas seguirem seu caminho normal, novamente eu saboto uma vida burguesa e enfadonha (lembra?!) mas ao menos contente. Destruo a possibilidade para viver essa roleta russa diaria, para sofrer esperando uma ligação qualquer, um sentido qualquer para essa minha vida de merda...
Sabe o que é mais engraçado, é que de todas as vezes que nos falamos(seja pelas cartas, telefone ou conversas) poucas vezes eu disse o que vou dizer agora: eu amo você... e ainda espero que um dia entenda o sentido dessa frase.
...
Vou morrer esperando, mas vou esperar (porque é o que me resta).
Amém.


escrevi às 19:20