"Então vamos encarar a verdade, isso nunca foi o que você queria mas eu sei que é divertido fingir. Agora, olhares em branco e ameaças vazias são tudo o que eu tenho.
Então me afogue... se puder.... ou nós podemos apenas conversar. E eu caio, eu caio, eu perco o equilíbrio. Eu te encontrei antes de me afastar.
E agora você ainda fala de um velho dia de ódio. embora seu mundo todo tenha acabado em chamas. E não é demais descobrir que você não vale nada? E o quão seguro é se sentir seguro.
Então me afogue..se puder. Oou nós podemos apenas conversar. E eu caio, eu caio, eu perco o equilibrio Eu te encontrei antes de me afastar.
As coisas que fazemos pra ficar vivos As coisas que fazemos só pra nos manter vivos. "
Tradução de Day Old Hate lyrics do músico Dallas Green escrevi às 00:56
Fragmentos :
Cheguei mesmo a achar certas vezes que compreendia sua tristeza quando via você de pé, acendendo intermináveis cigarros pela noite e eu ficava lá, parado, como se brincasse de ser um fantasma, observando você ajeitar os cabelos e cantar letras desconhecidas na janela do meu quarto. ( é triste saber que já não me lembro mais da sua voz). escrevi às 00:37
sábado, julho 19, 2008
"belo horizonte, quatorze de fevereiro de mil novecentos e setenta e sete
querida, seu medo já não mais me assusta. nossa separação está consumada. pela tangente: assim sempre estarei em relação a você. eu sou um senhor sem escravo. resta a você se tornar também um de nós e, se quiser me encontrar, resta a você esperar um encontro. todo encontro de senhores é um encontro. porque, o egoísmo é o segredo da inocência. sem promessas de conciliação: um encontro. sem intersubjetividade: um encontro. sem relações aproximadas pela culpa ou pela compaixão: um encontro. sem solipsismos: um encontro. eu acredito no encontro e me lanço sem medo na sua espera. sei que ela não durará muito. acredite: sempre existirão encontros! ainda que sejam com meus fantasmas. mas, você não é também um fantasma? ainda pior do que os outros. ainda mais demoníaco: porque eles não cobram nada de mim. você quer o meu presente. você quer a anulação do meu presente, do meu gozo. meus fantasmas são mais generosos. eles sabem que meu amor é um dom. que quando eu amo, eu dou. que quando eu amo, eu quebro todos os pratos da minha casa… que eu quebro a minha casa. pessoas medíocres… pequenas!, que não entendem que o amor é um dom. sempre desconfiadas. todas as vezes que recebem, pensam que é um truque que visa um lucro futuro. e quando tentam acreditar, mas se decepcionam, já estão com um silogismo pronto desde o começo para reclamar a traição. péssimos jogadores da existência (: "errou um lance? mas que isso importa ao bom jogador de dados. do contrário, não aprendestes a jogar como é preciso")… os meus fantasmas aceitam de bom grado a destruição como um presente. porque é preciso ser forte o suficiente para aceitar um amor. é preciso ser forte o bastante para aceitar um presente." escrevi às 14:25
O som do despertador, todas as manhãs, soa tão humilhante quanto suas palavras da última vez que encontamos. Assento-me à beira da cama e com os olhos avermelhados, semi-cerrados, balbucio: “Vamos lá de novo...e de novo...”. Atrás do espelho, a imagem se diferencia apenas por manchas a mais na cara, fios sujos na cabeça, um realce escuro abaixo dos olhos ou um sorriso de ironia. De resto, a mesma fadiga ignóbil que se segue durante a manhã transforma-se num furor frio e incômodo, explode numa subita tristeza infantil à tarde e à noite, apenas a cansativa e desdenhosa espera pelo próximo dia. Ofereço a outra face, sempre e insisto em me perguntar aonde chegará tudo isso. A fresta da esfarrapada cortina deixa uma parte do céu aparecer, enquanto eu permaneço sonolento, pensando em nada, vendo nada (talvez aquele vulto seja só uma alucinação ou uma memória que não se extingue nunca). O relógio marca cinco e meia e o dia mostra novamente seu rosto para mais um jogo em que já começo perdedor, o sol ainda dorme e logo ofuscará meus olhos. Lamentável. escrevi às 13:57