"Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando..."
poema Inconstância de Florbela Espanca ... não, não me deixa sonhar agora... escrevi às 22:01
Ainda lembra?! Você ainda lembra do tempo em que eramos felizes e que podiamos sair de casa sem preocupar-nos se os dias seriam os mesmos quando voltariamos...
Ledo engano, pretensão demais crêr em tolices tão grandes como essa pois a muito sabemos que não fui eu o primeiro a entregar as cartas que sujavam o chão da sala, junto a outros tantos papéis que ficaram amassados durante a última crise.
Enceno novos atos e batem palmas, ainda assim sei que novamente vou me machucar e sair destroçado porque no fim gosto mesmo de sofrer e aspirar a compaixão dos outros.
Por tanto tempo julguei conseguir controlar as ondas com minhas próprias mãos, agora vejo que que elas quebravam sobre mim e eu não percebia... enquanto afogo, sinto afagos em meu rosto mas logo percebo que não são afagos e sim suas mãos agarradas em mim me empurrando sempre para baixo...
Vê os cortes?! Novamente, eu ofereço a você por sempre me ensinar novas formas de me sentir culpado e novas formas de morrer... agradeço e mais uma vez peço desculpas se não permaneço de pé, se apenas olho para baixo enquando tenta inutilmente me convencer da validade de sonhos que há tanto tempo abdiquei...
Obrigado... obrigado... obrigado por tudo...
E agora o que faço?! Se tenho medo das coisas repetirem mais uma vez e eu mais uma vez não suportar o peso das próprias derrotas... eu sei, não há respostas e restam tantas perguntas que eu só queria que alguém estivesse aqui, mesmo que fosse apenas mais uma idealização tola, que se desfaz entre as mãos como a poeira do quarto...
Mas mesmo assim eu queria tentar. escrevi às 21:32