>>>A Incrível Decadência Humana<<<



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domingo, outubro 26, 2003

"se eu pudesse tirar de cima de mim esse peso que me esmaga, se eu pudesse enfim esquecer o passado!"

trecho retirado de Jardim das Cerejeiras do draumaturgo Anton Tchecov... porque é tão fácil fechar os olhos e fingir que tudo está bem?!

escrevi às 17:10

Está um dia bonito lá fora, há um sol quente e um céu limpo e aqui dentro cortinas fechadas, penumbra e eu em frente a uma máquina, perdendo meus dias... dá vergonha sofrer em um dia desse...
Eu poderia estar lá fora vivendo... poderia estar sofrendo de verdade, com questões reais, não teorias, questionamentos e suposições superficiais que me prendem a esse apartamento e me fazem confrontar de novo as mesmas perguntas sem respostas.
É bem a minha cara ficar trancado em casa, autista eu diria e é ridiculamente estranho como as vezes me olho no espelho e me vem a sensação de que estou velho, envelhecido por coisas que ainda não vivi... cresci talvez rápido demais, passei a ver as coisas de modo diferente muito mais cedo do que poderia suportar (as pessoas que me conhecem devem estar rindo agora pois o que mais faço é ser infantil com todos e com tudo).
Quando isso vai ter fim?! Quando vou parar de sofrer em vão?! Isso só acaba quando se morre e nem assim vou perceber que não devo mais sonhar, que perdi uma vida inteira, que não existe o "amor dos poetas"... porque eu já tenho 17 anos e deveria crescer... e parar de sonhar com bailarinas... e ver que o que importa é lutar, trabalhar, ganhar, ganhar, ganhar, comprar, constituir familia e morrer assim Deus será benevolente e me dará a vida eterna para que enfim, eu possa sonhar em ser feliz.
E eu que quero sempre dizer muitas coisas, tenho que me contentar com medíocres palavras repetidas.

escrevi às 16:27

segunda-feira, outubro 20, 2003

"Quisera eu poder acreditar,
já é tarde demais para sonhar.
Amanheceu e eu estou sangrando..."


trecho retirado de Devaneios no Cárcere letra da banda Prozac Nation... eu ainda quero acreditar, preciso disso...

escrevi às 22:32

Mais um castelo de areia vai ao chão, mais uma vez meus valores caem e me vejo sozinho, sem ter no que acreditar.
São só resquicios de memória, pequenas lembranças... alguém vem e me bate no rosto, não doí mais e nem me faz acordar... levanto a cabeça e o desafio: "vai me bate...vai me bate mais uma vez", me jogo encima dele e as lágrimas correm nos meus olhos sem que eu possa evitar a queda e a vergonha por perder sempre.
Porque acabou?! Porque deixei que chegasse a esse ponto?! Sim, sei que sou culpado, sou sempre eu o culpado por minhas quedas... mas dessa vez não queria ter perdido a única coisa que me ampara, meu pilar...
Acabou e me pego lembrando como é chorar no meio da rua, sozinho, sem ninguém e o desespero de ver a última coisa que se acreditava ali no chão do corredor frio e vazio do seu apartamento, a espera de que abram a porta para que você volte voluntáriamente a prisão que criou.
Só me resta vocês ao meu lado e aquilo que construimos juntos, sei que eu sou o culpado... não posso voltar atrás(quisera eu poder mudar isso), só peço desculpas, só peço perdão pelos meus atos, pelas minhas palavras impensadas que só visavam atingi-los e magoa-los.
Gotejam lágrimas ao telefone, não menospreze o que sinto, meu choro é verdadeiro e por favor não diz que não tem mais volta para uma das poucas coisas que eu ainda amava.
POR FAVOR não deixem acabar assim.

escrevi às 22:03

sábado, outubro 18, 2003

"Só Deus sabe quantas vezes vou dormir desejando nunca mais despertar; e pela manhã, quando abro os olhos e torno a ver o sol, sinto-me um desgraçado. Ah, se eu fosse um maluco, poderia jogar a culpa no tempo, em outra pessoa, num projeto fracassado, e assim o peso insuportável da minha dor poderia ser dividido. Que desgraçado sou: sei perfeitamente que sou o único culpado...Nao exatamente culpado, mas é em mim que está a fonte de todos os meus males..."

retirado de Os Sofrimentos do Joven Werther obra-prima escrita por Goethe... quero poder culpar alguém pelas coisas que eu sinto, eu quero poder ao menos dormir em paz, mesmo que lá fora já seja dia...

escrevi às 05:21

O sol já incide sobre a cortina e me mostra mais uma vez que já amanheceu e eu ainda estou aqui esperando algo, esperando que qualquer coisa aconteça.
Quero desesperadamente perguntar a você: "porque não me ama?", pode se perguntar isso a alguém?! Não me importo mais se é certo ou errado, porque não me ama? Sou eu tão grotesco e errado como me vejo no espelho?!
Perguntas e mais perguntas, que ficarão sem respostas(porque não há resposta)... não quero dormir e repousar minha cabeça sobre o travesseiro com a possibilidade de iludir-me de novo (mesmo que isso seja inevitável)...justamente eu que tantas vezes fantasiei e idealizei situações, só para me frustrar mais e mais, para ver que eu sempre perco você... irônico, pois não posso perder algo que nunca tive de verdade.
Já não cruzo com seus olhos por aqueles velhos corredores, mas ainda assim seu fantasma me persegue arrasta correntes e infesta meu corpo com lembranças e sorrisos que nunca poderei reproduzir... acho que te odeio, ofereci a você meu amor (a única coisa que me resta oferecer, além de lágrimas que deixei espalhar pela casa) e você... e você... onde está agora?!
Não, não precisa me amar, apenas finja e fique ao meu lado antes que todos acordem...

escrevi às 04:58

sexta-feira, outubro 10, 2003

"O poeta é ao mesmo tempo um leão e o Atlântico. Um nos afoga e o outro nos rói. Se sobrevivemos aos dentes, sucumbimos nas ondas. Um homem que pode destruir ilusões, é ao mesmo tempo, fera e dilúvio. (...)
A vida é um sonho. É o despertar que nos mata. Quem nos rouba os sonhos, rouba-nos a vida."


retirado de Orlando livro da escritora Virginia Woolf... estou me matando aos poucos...

escrevi às 23:56

Eu gosto de destruir a crença e a fé dos outros, cada dia mais me certifico disso. Acho que tenho esse dom, de com simples palavras estragar o dia das pessoas que me cercam... e tenho muito medo do que posso ainda fazer com essas maldita palavras, utilizadas como forma de me afastar (ainda mais) das pessoas.
Tenho estado tão calado e quieto, mesmo que durante tanto tempo em minha cabeça só se ouvisse gritos e questionamentos a quase me ensurdecer... então não estive mesmo em silêncio, foi só mais uma máscara para tentar conter a tormenta que me toma...
Porque não está aqui, para segurar minha mão e dizer que não há monstros embaixo da cama?!

escrevi às 23:47

quarta-feira, outubro 08, 2003

"Eu passei por um espelho hoje quando caminhava pela rua. Eu me senti sub-humano, sujo e insano. Acho que me enxerguei como eles me enxergam. Isto me fez dar uma segunda olhada porque a princípio eu não reconheci meu rosto. O que acontece quando a alma se torna insana?"

frase de Henry Rollins, ativista político e vocalista da banda punk Black Flag ... a imagem no espelho é sempre mais dolorosas ... me olhar no espelho é doloroso...

escrevi às 11:59

Me encontro a 3 dias sem sair de casa, sem nem menos espiar pelas janelas o mundo lá fora e permaneço aqui, espremido por essas paredes ridiculamente brancas e pela poeira que invade minhas narinas e os meus olhos.
Se não tem raiva por mim, eu tenho, muita raiva por ser "isso" que sou agora, não sou humano e nem estou vivo de verdade é só uma encenação, um teatro que dura anos... sou o resto de algo que já está morto, nascido para fracassar, para sorrir, mentir e encenar.
Quantos já não falaram sobre minhas proezas e minhas palavras, mas ninguém nunca falou de mim, nunca ninguém revelou nada de mim que eu já não soubesse, que eu não tivesse vergonha e quisesse morrer.
Tenho sido isso e mais nada sequer, nem vivo nem morto, só alguém brincando que vive ou que sofre... e essas que amei, que tem sido mais idealizações do que pessoas, nenhuma dignou-se a me amar ou me odiar de verdade... nenhuma delas teve coragem para ficar em minha "vida"... nenhuma delas sorriu quando eu disse ama-las... nenhuma delas está aqui agora para ver quantas marcas eu tenho pelo corpo...
Então ninguém veio para ver mais um enterro da minha formidável quimera, nem a ingratidão está comigo agora em que o café acabou e nem lembranças são o suficiente para me entorpecer.
Vai, me mata mais uma vez, brinca comigo e me bata bem forte no rosto dizendo ter um mundo lá fora, bem maior e mais bonito do que eu imagino... porque de tudo que eu já vi, posso dizer não há sentido para estar lá...
Estou cansado, cansado de ver meus castelos de areia serem levados pelas ondas, minhas asas sendo desfeitas pelo sol, de ser trancafiado em labirintos... estou cansado dessa não-vida, desses não-amores, desses não-sonhos... só estou cansado, cansado demais agora...

escrevi às 11:50

segunda-feira, outubro 06, 2003

"...entretanto em rapaz - quando fiz versos, nunca os fiz senão tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas porque a tinta era preta - podiam encher este mundo, vale delas."

retirado do livro Memorial de Aires de Machado de Assis... chorar doi mais do que parece...

escrevi às 23:52

É muito fácil para você dizer que não tem nada errado entre nós e que tudo está bem, é claro, está sempre tudo bem para você... bem para você, que não convive com isso todos os dias, que não tem de fingir sorrisos e sentimentos para todos.
Você sabe me ferir, mesmo quando não quer e mesmo que não perceba quando o faz. Eu sempre soube que isso aconteceria e as coisas são assim... infelizmente as coisas são assim e não dá para mudar.
Por mais que já tenha passado por isso, nunca me acostumo com o fracasso e nunca aprendo com os erros (e como mesmo disse ainda hei de levar muitos tapas da vida), mas mesmo assim eu queria ter tentado... mesmo que saibamos que nunca poderia ter dado certo mesmo, não é?!
Não sei mais se voltaremos a encontrar, não há mais volta para situações assim (e talvez eu não queira). Tudo isso não é por você não me querer (pois sempre soube e nunca esperei mais do que pena), é por você inferiorizar o que tenho de mais bonito e puro como se fosse mentira ou uma brincadeira qualquer... se choro agora é só por causa disso...
Eu quero minha vida, a que eu nunca tive de verdade, de volta.

escrevi às 23:39

sexta-feira, outubro 03, 2003

"Estive pensando o dia todo
sentado próximo a essa janela,
lembrando-me de como o sorriso
em seu rosto podia fazer-me corar.

E eu não posso compreender como
alguém com seus olhos poderia
por ventura desaparecer
e quebrar seu coração.

Caia, mantenha seu olhar em algo pequeno.
Mantenha a cabeça sempre erguida.
Anjo, abra suas asas e vôe.
Caia, mesmo que não consiga deixar-se levar.

Se tudo fosse perfeito em meus olhos -
em minha mente.

Novo demais para entender, mas velho
o suficiente para saber que muitas
pessoas te amam e te guardam
nos corações delas, e não vão parar.

Lembre-se desta noite, ela poderia apenas
durar pelo resto da sua vida.
E todas as vezes que eu disse
que te amava, não estava mentindo.

Isso irá te ferir, mas, em tempo,
você entenderá que eu nunca quis
estar nos sapatos dele, mas faria
qualquer coisa para estar no lugar dele.

Caia, mantenha seu olhar em algo pequeno.
Mantenha a cabeça sempre erguida.
Anjo, abra suas asas e vôe.
Caia, mesmo que não consiga deixar-se levar."


letra de M música da fantástica banda Penfold... eu não mentia e mesmo assim faria qualquer coisa para estar nos sapatos dele...

escrevi às 23:50

Delírios febris me tomam, pustúlas e feridas cobertas de sangue atormentam-me e mostram que eu ainda sou passível de sofrimento, como qualquer outro... frágil e humano...
Somos tão diferentes, não é?! Sempre insistindo em dizer que só eu entendo você, mas logo vai crescer e mudar e será outra pessoa que não reconhecerei mais, pois eu nunca fiz realmente parte do seu mundo e você nunca me comprendeu de verdade.
As paredes estão ficando menores e sinto estar cada vez mais sufocado e preso ao meu mundo autista e fantasioso... não quero mais sofrer, não quero mais ter que me defrontar com suas palavras dizendo "até logo", como se palavras assim tão simples, não fossem um prenúncio de que nada minha vida torna-se diferente.
Não há o que dizer, não há mais o que falar, tudo já foi dito(e repetido várias e várias vezes) e estou cansado de fingir estar tudo sempre bem... os dados já foram lançados, pode parecer óbvio, mas perdedores como eu nunca ganham.
Ao me ver tão frágil e sem esperanças você sentiu pena e me matou várias vezes.

escrevi às 23:36

quinta-feira, outubro 02, 2003

" Me tire desse quarto de hotel e de todas as coisas que entram pela janela... me leve para longe das palmeiras, mais longe e perto das coisas mais macias... me faça esquecer (depressa) os homens ruins... me ensine tudo o que eu não aprendi: a cortar com a mão direita, a usar anel, a tocar piano, a desenhar uma árvore e valsar e me lembre do que eu esqueci: raiz quadrada (as mais ordinárias), frações, latim, geofísica e "Navio Negreiro" de Castro Alves.
Depois me dê pelo bem dos seus filhinhos, aquilo que eu não tenho há quase um ano, carinho... de um jeito que eu não sei dizer como é, mas que há por aí, ou pelo menos, já houve.
Destelhe a casa, deixe a noite entrar e, juntos, vamos nos resfriar; espirre de lá, que eu espirro de cá... agora cada um com a sua bombinha, inalação, inalação; lado a lado, sentemos, os dois de perfil para o ventilador... minhas mãos e as suas não são de ninguém, entendido?!
Se interesse por mim e pergunte o que eu sei, que eu quero exclamar, no mais puro francês: "oh!"..."comment allez vous"? (...) de um jeito ou de outro, me tire daqui, pra Pérsia, Sibéria, pro Clube da Chave, pra Marte, Inglaterra, sem couvert, sem couvert.
Está vendo o retrato dos meus 20 anos? De lá para cá, cansaço, pé chato, gordura, calvície fizeram de mim essa coisa ansiosa, insegura e com sono, que pede a você, no auge do manso: não saia esta noite e fique, ao meu lado, esperando que o sono me tome e me mate, me salve e me leve, por amor ao teu andar, assim seja..."

crônica Oração do compositor e crônista Antônio Maria... ouvi recentemente Paulo Gracindo recitar essa crônica... faz tanto sentido para mim agora...

escrevi às 23:54

Veio visitar-me em meus sonhos e eu acordei chorando e desesperado, com aquele mesmo gosto amargo que julguei nunca mais sentir em meus lábios.
Não quero mais sonhar, não quero mais ter esperanças de um dia, um dia sequer, poder dizer: "sim, hoje estou vivo", estou cansado de acreditar em uma vida utópica e idealizada.
A cidade nunca esteve tão clara e o café nunca foi tão frio como hoje, em que mais uma vez o desespero de mudar veio cobrar seus tributos. Minha cabeça doi, tenho fome e algo dentro de mim diz que eu não deveria sair de casa... quero enclausurar-me de novo, desistir de tudo e dormir como sempre faço no final.
Não há sentido na vida e nem nessas superficiais lamúrias que faço... mas se realmente não há um sentido, porque viver então?! Porque sofrer?! Seria melhor esquecer tudo e entregar-se ao hedonismo, a uma existência puramente superficial... sem dor, sem perguntas, sem nenhum amor... quisera eu ser assim.
Já amou alguém que nunca virá velar seu sono, para quem nunca poderá dedicar frases tolas ou rezar as poesias do teu corpo?! Já amou alguém que nunca irá vir, mas que mesmo assim se espera? Se espera... se espera...se espera...se espera...
Fui eu que me tornei resposável por você ou foi você que se tornou eternamente responsável por mim?
Atravesso a noite com questionamentos que não se resolvem e agora que morro mais um pouco, sei realmente o preço de não ter ninguém ao meu lado para conversar.

escrevi às 23:43