" esperando pela morte como um gato que vai pular na cama
sinto muita pena de minha mulher
ela vai ver este corpo rijo e branco
vai sacudi-lo e talvez sacudi-lo de novo:
“Henry!”
e Henry não vai responder.
não é minha morte que me preocupa, é minha mulher deixada sozinha com este monte de coisa nenhuma.
no entanto, eu quero que ela saibaque dormir todas essas noites a seu lado
e mesmo as discussões mais banais eram coisas realmente esplêndidas
e as palavras difíceis que sempre tive medo de dizer podem agora ser ditas: eu te amo."
poema Confissão do velho safado Charles Bukowski... não desisti de mim tão fácil, por favor... escrevi às 23:29
Ainda tenho medo de escrever, pois sei que nunca na vida consegui escrever coisas belas (nem mesmo para você) e agora que alço tão longo e alto vôo, o temor toma conta e a pergunta permanece (como se ecoasse eternamente) : "e agora...". Lembra quando eu disse, sobre como achamos ser sempre isso o fim e não o início da história, pois se isso é o que eu sempre quis, o que restou para sonhar hoje a noite? Sei que agora sorrimos , mas quando eu não puder mais sorrir e me olhar no espelho ser novamente um fardo, quem vai suportar uma nova derrota? Fica mais um pouco e diz para mim que tudo vai ficar bem... diz... diz, que somos só idiotas demais, porque estou tão cansado e sei que, sou só mais um adolescente angustiando esperando, esperando eternamente qualquer motivo para sofrer mais e me sabotar outra vez. Eu acredito no que sinto por você, e isso basta para suportar mais um dia. escrevi às 12:17
segunda-feira, março 14, 2005
"Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estás como ausente, e me ouves de longe, minha voz não te toca. Parece que os olhos tivessem de ti voado e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma emerge das coisas, cheia da minha alma. Borboleta de sonho, pareces com minha alma, e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante. E estás como que te queixando, borboleta em arrulho. E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança: Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio claro como uma lâmpada, simples como um anel. És como a noite, calada e constelada. Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente. Distante e dolorosa como se tivesses morrido. Uma palavra então, um sorriso bastam. E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade."
poema 15 escrito por Pablo Neruda, no livro 20 Poemas de Amor e uma canção desesperada... eu estou alegre por ser verdade... estou apenas alegre e isso, mais do que nunca, basta. escrevi às 17:33
Quando foi que percebemos que poderia dar certo e me explique, por favor, como foi que nós dois, pessoas tão covardes, tivemos a coragem para fechar os olhos e pular... Ainda acho que somos os mesmos, talvez mais sábios ou apenas mais convencidos, mas se quer saber não importa desde que nesses dias você apareça sem dizer nada, então tomaremos café na cozinha, enquanto um silêncio tão divertido e terno reina entre nós dois. Se você soubesse os versos que escrevi para você, quando eu nem sabia que você existia, ainda me lembro deles e dos planos que fazia... mas não tem sentido devaneios, nem idealizações quando o real salta os olhos e você está ao meu lado, enquanto eu ainda a observo e a beijo por cima dos ombros. Se estamos tão felizes, porque ainda temos tanto medo? escrevi às 17:21
segunda-feira, março 07, 2005
"Por tudo o que me deste inquietação cuidado um pouco de ternura é certo mas tão pouca Noites de insónia Pelas ruas como louca Obrigada, obrigada
Por aquela tão doce e tão breve ilusão Embora nunca mais Depois de que a vi desfeita Eu volte a ser quem fui Sem ironia aceita A minha gratidão
Que bem que me faz agor ao mal que me fizeste Mais forte e mais serena E livre e descuidada Sem ironia amor obrigada Obrigada por tudo o que me deste
Por aquela tão doce e tão breve ilusão Embora nunca mais Depois de que a vi desfeita Eu volte a ser quem fui Sem ironia aceita A minha gratidão"
poema Canção grata da poetisa Florbela Espanca... obrigado por tudo, e quando disse que te amava eu não mentia e não vou mentir agora...
escrevi às 16:36
Talvez a música esteja alta demais ou talvez seja só o peso de todas as promessas quebradas. Eu abro a porta e a deixo entrar, nunca olho nos teus olhos pois sei que no fundo você já sabe, então porquê tanto medo e tantas palavras vagas que nunca levam a lugar algum são ditas? Tome os meus segredos, decida o que fazer com eles pois cansei de guardar confidências sem sentido em papeis tão amaralados e velhos, para depois lê-ços como se não tivesse sido eu que escrevi... para depois não me reconhecer nessas palavras... Deita comigo, eu prometo não chorar dessa vez... os fantasmas se calam e beijo tão lentamente seu rosto, suas mãos e o teu lábio para esquecer (e também lembrar) tudo que me atormentava em tardes tão cinzentas como essa. Me deixa dormir em seus braços, enquanto as mesmas canções repetem, me deixa sonhar mais um pouco antes que o dia acabe e você vá embora, levando outra vez todas as idealizações que guardei no armário. O mais engraçado é que eu pensei que esse dia nunca chegaria... escrevi às 16:07