"Entro no quarto, procuro um refúgio no passado. Mas não me posso esconder inteiramente nele. Não sou o que era naquela tempo. Falta-me tranquilidade, falta-me inocência, estou feito um molambo que a cidade puiu demais e sujo."
trecho do livro Angustia do escritor Graciliano Ramos ... começou a chuver e eu voltarei novamente sozinho para casa... escrevi às 17:02
Meu corpo dói, como se há muito tempo eu não o deixasse em paz e já nem sei mais se estou nessa cama por dias, anos ou vidas... Sinto uma saudade idiota do tempo em que sofrer era mais fácil, essa idéia me persegue a noite inteira sem que eu saiba o que ela signifique, e por mais que se acostume ao fato de perder sempre, o dia seguinte ainda machuca tanto quanto daquela primeira vez. A noite não passa e quando o sol invade novamente as janelas do quarto eu entendo claramente o sinal que isso representa, tento aceitar e até invento que tudo não passa das maquinações dos deuses para consumar a tragédia que criaram para que eu encenasse. Penso que talvez seja um erro sair de casa, sabendo que você vai me espreitar pelas ruas, e por todos os lugares que eu for você vai estar lá me cobranddo as promessas que quebrei para virar um fantasma igual a você. Mas sei que novamente irei te ver, sozinha, me pegarei pensando no quanto você me fez sofrer(no quanto me permiti) e que se você está assim foi porque quis estar. Engraçado, eu jurei que estaria sorrindo quando esse dia chegasse... (... e certas coisas sempre permanecem as mesmas...) escrevi às 16:49